Sua assinatura pode revelar seu nível de autoconfiança
Não é grafologia: segundo a ciência, há algo de especial em assinar o próprio nome que acaba refletindo algumas características pessoais
Diga-me como escreves que te direi quem és. A psicologia passa bem longe de outros campos menos científicos, como a grafologia, que garante que é possível entender quem uma pessoa é através da letra manuscrita. Mas, de vez em quando, essas áreas se encontram.
Um estudo, feito em uma colaboração do Uruguai e da Holanda, encontrou uma relação entre a personalidade e o tamanho da assinatura das pessoas. No experimento, 340 voluntários passaram por uma série de testes psicológicos. Depois, suas assinaturas foram digitalizadas e analisadas.
Os resultados estatísticos mostraram que as assinaturas maiores tinham relação com uma característica chamada “dominância social”. Ou seja, as mesmas pessoas que ocupavam um espaço maior para escrever seu nome tendiam a concordar com frases como “Eu sou certamente autoconfiante” e “Não fico tímido próximo a estranhos” – uma mistura de instinto de liderança com extroversão.
Outra descoberta do estudo foi que as mulheres com tendências narcisistas também tendem a ter assinaturas maiores. Em geral, se elas ocupavam mais espaço para escrever o nome, também concordavam com frases como “Eu sou uma pessoa especial” e “Eu serei uma grande pessoa”.
A assinatura, porém, não indica, necessariamente, uma pessoa bem resolvida. Não foi encontrada relação direta entre autoestima e tamanho da rubrica, por exemplo.
O método dos pesquisadores também precisou filtrar alguns “fatores de confusão”. Não dá para sair olhando a assinatura alheia e tirando conclusões sobre narcisismo, ou então alguém da família real, com 45 sobrenomes, seria a pessoa mais egocêntrica do mundo. Os cientistas, então, controlaram os resultados de acordo com o tamanho do nome e a letra normal da pessoa, para entender se ela escreve com letra grande sempre ou apenas ao escrever seu nome.
Tudo isso porque, ao contrário da grafologia, esses psicólogos não acreditam que é a letra manuscrita que revela a personalidade – e sim a assinatura, especificamente. Se você, quando era criança, ficava ensaiando e personalizando mil vezes uma assinatura antes de fazer seus documentos, não está sozinho: pesquisas anteriores mostram que assinar o próprio nome é um exercício de autorreflexão, por ser extremamente pessoal e expressivo.