Erro – Dividir o mundo com 3 sistemas distintos – NTSC, PAL e Secam.
Quem – EUA, Alemanha e França.
Quando – A partir dos anos 50.
Consequências – A incongruência entre os modelos atrasou o desenvolvimento e a globalização da indústria do entretenimento.
Nos anos 80, comprar um videocassete era uma complicação. Alguns só reconheciam o sinal NTSC. Outros, só PAL-M. Tudo dependia da origem do aparelho. Mais ou menos a mesma coisa acontecia também na TV. Um programa produzido nos EUA não podia ser retransmitido na Europa, pois o sistema de um não batia com o do outro. Um inferno. Emissoras e estúdios de cinema perdiam dinheiro. Fabricantes de videocassete vendiam menos do que poderiam. E os consumidores ficavam sem entender: não seria mais fácil padronizar os sistemas de TV no mundo todo?
Reserva de mercado
A confusão teve início nos anos 50, quando vários países começaram a se mexer para incorporar imagens coloridas nas transmissões de TV. O novo sinal precisava ser captado pelos televisores PB, pois eles eram maioria e continuariam sendo por alguns anos ainda. Surgiu nos EUA, então, uma versão modificada do já existente NTSC, que acabaria sendo adotada também no Canadá, no Japão e em vários países europeus.
Nos anos 60, apareceram dois outros sistemas na Europa: o PAL, desenvolvido na Alemanha, e o Secam, criado na França. Oficialmente, era apenas uma tentativa de aprimorar o NTSC. Na prática, foi proteção de mercado, uma manobra com objetivo de manter uma presença europeia forte no ramo da fabricação de televisores.
Resultado: 3 sistemas incompatíveis, cada qual com uma fatia importante do mercado internacional de TV, empatando a humanidade em seu caminho rumo à globalização. Quem tirou proveito foram alguns regimes totalitários, como o da Alemanha Oriental – então, uma potência do mundo comunista. Os alemães orientais adotaram o sistema Secam. Com isso, impediram que a programação capitalista vinda da Alemanha Ocidental – onde o sistema era PAL – chegasse a seus televisores.
Sistemas incongruentes de sinal de TV ainda são uma realidade. Mas a aldeia global de hoje é tão mais dinâmica e menos dependente da televisão que essa incompatibilidade já não restringe a livre circulação do que quer que seja.