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Reino Unido escolhe ‘Ministra da Solidão’

Medida visa combater epidemia de ‘tristeza’ que está assolando o país

Por Lucas Baranyi
18 jan 2018, 18h42

Um acontecimento que você pode considerar ‘muito Black Mirror’ (já comprou o nosso especial sobre a série, falando nisso?) ou simplesmente um sinal dos tempos: o Reino Unido apontou um ‘Ministro da Solidão’ para lidar com uma verdadeira epidemia de tristeza: mais de 9 milhões de britânicos afirmaram, em uma pesquisa recente, sentir solidão “sempre ou com frequência”.

A primeira-ministra Theresa May se pronunciou sobre o assunto, afirmando que “para muita gente, solidão é a realidade da vida moderna”, e é por isso que ela tomou a decisão apontando Tracey Crouch, que é Ministra dos Esportes, para o cargo. Sua função será medir o nível de isolamento social dos britânicos com estatísticas oficiais.

“Sabemos que há um impacto real para a solidão nas pessoas, seja no bem-estar mental ou na saúde física, mas isso se estende para outros aspectos da sociedade, e desejamos lidar com este desafio”, afirmou a ‘Ministra da Solidão’ no mesmo comunicado.

No Brasil

Por aqui, a solidão é um medo que não esconde seus números: em 2017, uma pesquisa realizada com dois mil homens e mulheres acima dos 55 anos pela Sociedade de Geriatria e Gerontologia de São Paulo descobriu que 29% dos entrevistados teme a solidão.

Mas pessoas jovens também precisam enfrentar diariamente a pressão da sociabilidade (ou o medo da falta dela). Com as redes sociais e as inovações tecnológicas, novas síndromes já surgiram – como a ‘Fomo’ (‘fear of missing out’ em inglês, algo próximo de ‘medo de perder a oportunidade’). Sabe aquele sentimento ruim que bate quando você passa pela timeline do Instagram e vê todo mundo se divertindo enquanto você está em casa? É Fomo.

Estima-se que a solidão pode estar relacionada a 50% dos suicídios cometidos anualmente – cerca de um milhão.

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