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Os Legos estão mais violentos, diz estudo

Cada vez mais, os produtos da marca possuem pecinhas de armas, e fazem referência a cenas de violência

Por Felipe Germano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 11 jan 2023, 22h20 - Publicado em 23 Maio 2016, 20h45

Legos são fofos. Bonequinhos amarelos, pecinhas geometricamente perfeitas, e a possibilidade de criar qualquer coisa que a sua imaginação conseguir lhe propor. A impressão é que, exceto quando pisamos nelas descalços, elas são inofensivas – mas um estudo está dizendo que as coisas não são bem assim. De acordo com pesquisadores da Universidade de Canterburry, na Nova Zelândia, a cada ano que passa os produtos Lego estão mais e mais violentos.

Para chegar a essa conclusão, os envolvidos no projeto utilizaram os catálogos da empresa que são lançados ora de forma anual, ora de forma semestral. Nesses livros, quando não são mostrados todos os lançamentos daquele período, a Lego seleciona quais são os principais kits e pecinhas que eles querem destacar. Foram 41 anos de catálogos analisados (de 1973 a 2015), contendo 1576 produtos diferentes.

O estudo usava dois critérios para medir a violência: o número de peças representando armas e a quantidade de referências à violência presentes nos produtos. Enquanto a primeira categoria é fácil de quantificar, a segunda exigia um pouco mais de técnica. Os pesquisadores resolveram utilizar métodos usados para determinar a faixa etária de programas de televisão: voluntários recebiam um formulário onde deveriam responder se as imagens possuíam traços de violência física, agressão psicológica não-verbal, realização de violência, consequência de violência, atos vívidos de violência, e um ranking onde ele falava quão violenta era aquela cena, no geral.

Os resultados mostraram que tanto o número de armas, quanto a quantidade de referências violentas cresceram nos últimos anos. Um exemplo disso é que levaram 40 anos para que a primeira pecinha de arma fosse criada – lançada em 1989 em um kit sobre piratas -, mas hoje cerca de 30% das peças são reproduções de armamentos. As cenas também ficaram mais fortes. Enquanto só 20% das peças da década de 1980 foram consideradas com violência moderada ou brutal, os brinquedos de 2015 receberam essa avaliação em 58% dos casos.

A Lego se defende. Em comunicado aos pais, a empresa afirma que “Produtos LEGO visam desencorajar o brincar violento. Os designs são pensados para enriquecer as brincadeiras com cenários em que agressões talvez sejam usadas com o propósito de superar um mal imaginário”. No mesmo comunicado, o vice-presidente de marketing da marca, Mads Nipper, crava “Guerra é algo terrível que não temos a intenção de glorificar. Nunca”.

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