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Os gráficos que podem mudar o mundo

Uma imagem vale mais que mil palavras. Mas algumas imagens podem ser mais valiosas ainda.

Por Fernanda Viégas
Atualizado em 31 out 2016, 18h46 - Publicado em 28 out 2009, 22h00

A Guerra da Crimeia acontecia no mar Negro, entre 1853 e 1856: um conflito sangrento entre a Rússia e uma coligação entre Inglaterra, França e Império Otomano. Uma guerra normal, com os feridos e mortos de sempre. Mas, às vezes, temos a capacidade de aprender com as tragédias. E esse foi o caso das fatalidades na guerra: elas causaram uma revolução nos hospitais do mundo que, ainda hoje, reduz bastante o risco de morte por infecção hospitalar.

O cerne dessa revolução foi uma imagem. Uma imagem que não mostra campos de batalha, soldados feridos ou crianças mortas. É uma imagem de números – um gráfico. Florence Nightingale, uma enfermeira inglesa, resolveu usar estatísticas sobre a morte de soldados para pintar um retrato da situação. O diagrama revelou que a maioria dos soldados morria nos leitos de hospitais, e não nos campos de batalha – eram 10 vezes mais mortes causadas por tifo, cólera e disenteria do que por ferimentos de batalha. A falta de ar fresco, luz e higiene nos hospitais provocava milhares de mortes desnecessárias. Era a primeira vez que se via fatalidades militares com números – e o diagrama era tão dramático que o governo inglês resolveu melhorar as condições sanitárias dos hospitais militares. E, assim, reduziu a mortalidade de soldados de 42% para 2,2%. Tudo graças a uma imagem.

Visualização é isso: o poder de contar histórias e tomar decisões baseando-se em dados. Visualizações fazem com que assuntos complexos se tornem concretos e acessíveis. Em 2006, por exemplo, Al Gore transformou o debate mundial sobre aquecimento global ao subir em um guindaste para mostrar uma curva que representava o aumento de CO2 e da temperatura na Terra. Imagine se Al Gore, em vez de gráficos, tivesse mostrado apenas uma tabela de centenas de números? Quantas pessoas teriam entendido a gravidade da situação?

É por isso que a visualização é o fotojornalismo do século 21. Não só retrata os fatos da nossa época, mas motiva o debate. Visualizar dados governamentais, por exemplo, cria um espelho do país, mostrando suas conquistas e mazelas. E fazer isso não precisa ser complicado. Já há sites que disponibilizam, de graça, ferramentas sofisticadas de visualização. Quando eu criei o site Many Eyes, imaginei um site onde qualquer um pudesse visualizar os dados que desejasse. Há pessoas que o usam para enxergar o conteúdo do freezer. Outras, os convidados de seu casamento. Crianças descobrem os tipos de meias que têm em casa. A habilidade de transformar números em imagens e entender o que elas significam será cada vez mais importante. Pois quem brinca de visualizar meias de familiares hoje visualiza o orçamento governamental amanhã.

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