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O sexto sentido, a bússola organica

Pesquisas indicam que alguns animais têm uma bússola orgânica.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h52 - Publicado em 31 jan 2000, 22h00

Spensy Pimentel

Visão, audição, tato, paladar, olfato e… magnetismo. Ué!? Desde quando magnetismo é um sentido? Alguns cientistas apostam que sim. Eles estudam magnetocepção, que é a capacidade que um animal tem de perceber campos magnéticos, da mesma maneira que os olhos registram a luz e os ouvidos reconhecem os sons. Em algumas bactérias, como a Aquaspirillum magnetotacticum, já foram identificados cristais de magnetita que servem para orientar seus movimentos como se fossem microscópicas bússolas orgânicas. Essa teoria, porém, está mais longe de ser comprovada quando se trata de seres mais evoluídos.

A principal dúvida é se o magnetismo teria algum papel na migração de animais. “Existem dados comportamentais que sugerem um sistema sensorial sensível ao magnetismo, mas seu funcionamento ainda é pouco conhecido”, diz José Carlos de Freitas, diretor do Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo. Alguns pesquisadores discordam, sustentando que o campo magnético terrestre seria muito fraco para ser detectado por animais. “Para voar, as aves precisam se orientar, mas não há ainda a comprovação de que usem o campo magnético”, diz Ronald Ranvaud, fisiologista do Instituto de Ciências Biomédicas da USP.

Peixes chocantes

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Várias espécies de peixes, como enguias, lampréias e arraias, entre outros, utilizam o eletromagnetismo de uma maneira, digamos, chocante, e não para se orientar. Por meio de glândulas ou músculos adaptados, eles são capazes de produzir eletricidade em seu próprio corpo, gerando choques para imobilizar suas presas ou seus agressores. O poraquê (foto), peixe elétrico da Amazônia, dá choques de até 500 volts. Pode até não matar, mas um nadador que seja atacado corre o risco de desmaiar com o choque e morrer afogado.

Os cientistas procuram a relação entre o encalhamento de baleias e golfinhos e a ocorrência das tempestades solares, que afetam o campo geomagnético. Acredita-se que essa seja a causa da desorientação que todos os anos leva milhares desses mamíferos marinhos a encalhar nas praias de todo o planeta

Alguns tubarões, como o martelo, parecem ser sensíveis aos campos eletromagnéticos criados no corpo de suas presas pelo movimento das guelras e pelos batimentos cardíacos. Eles usariam essas informações para direcionar seus ataques

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Na década de 70, pesquisadores americanos da Universidade de Cornell, em Nova York, prenderam ímãs à cabeça de pombos-correio e verificaram que seu senso de orientação ficava sensivelmente perturbado. A hipótese é que cristais de magnetita encontrados no cérebro das aves estariam diretamente ligados a seu sistema nervoso

As migrações anuais de peixes, baleias, tartarugas e aves, que viajam em grandes bandos por rotas de até 90 000 quilômetros, são um dos alvos principais das pesquisas. Já se observou que tartarugas e aves utilizam o Sol e as estrelas para se localizar. O fato de serem capazes de manter o rumo até mesmo em dias nublados sugere a hipótese do uso do magnetismo

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