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Como falar com seu bebê: uma especialista no cérebro explica o “paiês”

A melhor forma de conversar com o bebê é um falar simplificado, caracterizado pelo uso de sons mais agudos, vogais alongadas e um ritmo de fala mais lento.

Por Jane Herbert
4 jun 2025, 10h00

Jane Herbert é professora de psicologia na Universidade de Wollong. O texto abaixo foi publicado originalmente no site The Conversation.

Você já deve ter visto aqueles vídeos virais comoventes e muitas vezes engraçados em que pais ou cuidadores se envolvem em longas “conversas” com bebês pequenos sobre isso e aquilo – geralmente apenas um bate-papo divertido sem grandes consequências.

Em geral, são muito doces e é adorável ver os rostos dos bebês se iluminando ao som da voz da mãe ou do cuidador, ou parecendo responder. Em um deles, o bebê parece responder com um sotaque muito semelhante ao da pessoa que cuida dele:

@bbc

Baby Orla is definitely a Scouser 😂😂 #Scouser #FunnyBaby

♬ original sound – BBC – BBC

Então, o que está acontecendo quando conversamos assim com os bebês? E é melhor conversar com eles no mesmo tom e ritmo que usaríamos ao falar com outros adultos, ou é aceitável falar com uma voz mais lenta, aguda e cantada?

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Veja o que as pesquisas mostram até agora.

Falar com o seu bebê é importante

Quando você fala com o seu bebê, ele é exposto a uma rica variedade de sons e movimentos. Mas os bebês conseguem entender toda essa informação?

Bem, quando nascem, os bebês já têm muita experiência com a voz da mãe, bem como com outros sons de linguagem que ouviram no útero.

De fato, pesquisas mostram que os recém-nascidos preferem ouvir o idioma que ouviram no útero em vez de um idioma desconhecido.

Eles também preferem ouvir a história que a mãe lia em voz alta regularmente nas últimas semanas de gravidez, em comparação com uma história diferente, independentemente de quem a esteja lendo.

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Portanto, embora os recém-nascidos ainda não compreendam o significado dessas palavras, eles já estão sintonizados com a importância da linguagem.

Considerando a grande exposição que a maioria dos bebês pequenos tem à voz dos pais, ouvir passivamente a mãe ou o pai falando provavelmente será reconfortante.

O tempo passado juntos em contato físico próximo com uma pessoa altamente familiarizada produzindo sons familiares cria um espaço seguro, rico em oportunidades de aprendizado.

Os bebês podem aprender muito sobre o estilo de conversação apenas ouvindo e observando a maneira como seus pais se comunicam.

Na verdade, os bebês imitam os gestos dos pais, o que pode ajudar a desenvolver seu vocabulário com o tempo. O contexto social influencia as habilidades linguísticas.

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E se eu ficar sem coisas para dizer?

Se você não é fã de monólogos para o seu bebê, não se preocupe. Ele não está perdendo nada.

Na verdade, é improvável que a exposição constante a longos monólogos por parte dos pais proporcione ao bebê um ambiente linguístico particularmente favorável ao desenvolvimento da compreensão ou produção de palavras.

A linguagem adulta é extremamente complexa. É preciso muita experiência com a linguagem para que uma sequência de sons como “Yourdadlikeschocolatemoltenlavacake (Seupaigostadebolodelavadechocolate)” possa ser interpretada como palavras individuais ligadas a pessoas, objetos ou conceitos.

Uma das formas mais eficazes de ajudar no reconhecimento precoce de palavras e promover a atenção à estrutura da linguagem é o adulto usar uma forma simplificada de falar com o bebê.

O “paiês” é caracterizado pelo uso de sons mais agudos, vogais alongadas e um ritmo de fala mais lento. As palavras reais são apresentadas em uma voz alegre e cantada.

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O paiês chama a atenção do bebê para as palavras e destaca como as informações na fala se agrupam. Descobriu-se que os bebês preferem ouvir esse estilo de fala em comparação com a fala padrão.

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Falar “paiês”

Paiês não é a mesma coisa que “conversa de bebê”. A conversa de bebê envolve o uso de palavras sem sentido e a modelagem de sons de fala e gramática incorretos. Um bebê não está sendo ajudado a aprender a palavra “água” se lhe for apresentado repetidamente um rótulo sem sentido, como “guá guá”, para sua bebida.

Um estudo norte-americano descobriu que, quando os pais foram treinados para usar o paiês com seus bebês aos seis e dez meses, os bebês apresentaram um aumento no balbucio e disseram mais palavras aos 14 meses em comparação com os bebês de pais que não receberam esse treinamento.

Outra pesquisa mostrou que o uso consistente de paiês nos primeiros anos de vida pode ajudar a aumentar a complexidade das habilidades linguísticas das crianças aos cinco anos de idade.

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Aprender a falar não é simplesmente o produto de ouvir muitas palavras. Nas primeiras semanas de vida, os bebês já começam a produzir sons e murmúrios que tanto os pais quanto observadores externos julgam ser vocalizações intencionais.

Tente responder a esses sons imitando-os e depois interpretando o que o bebê pode estar tentando dizer. Isso permite que ele se torne um parceiro social na conversação.

Quando mesmo bebês muito pequenos se revezam em conversas com um adulto, a qualidade de suas vocalizações aumenta.

Em idades mais jovens, o tempo gasto conversando juntos em interações face a face é o que melhor ajuda no desenvolvimento da linguagem.

Com a idade, os bebês ficam cada vez mais interessados nos objetos do ambiente.

Então, o que devo fazer?

Uma maneira eficaz de impulsionar o aprendizado de idiomas a partir dos nove meses de idade é observar o que chamou a atenção do seu bebê e falar sobre isso.

Tente rotular e descrever o que o bebê está olhando, brincando, apontando ou balbuciando.

Uma pesquisa realizada por colegas e por mim constatou que incentivar os pais a conversar 15 minutos por dia com seus bebês de 11 meses durante um mês foi eficaz para promover o crescimento do vocabulário aos 15 e 18 meses.

De modo geral, um ambiente rico em linguagem é criado por meio do envolvimento com o bebê em uma ampla gama de atividades – por meio de jogos, músicas e leitura em voz alta – e não apenas por meio de conversas focadas.

This article is republished from The Conversation under a Creative Commons license. Read the original article.

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