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Amigos são mais importantes do que família

Manter amizades próximas (mesmo que poucas!) faz a diferença na saúde e na felicidade, especialmente quando ficamos mais velhos.

Por Ana Carolina Leonardi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 18 Maio 2022, 22h46 - Publicado em 7 jun 2017, 13h34

Relacionamentos importam: não só do ponto de vista emocional, mas físico também. Homens casados vivem mais. Uma vida social ativa é associada à longevidade. A ciência já estabeleceu que estar cercado de gente querida faz bem. Mas será que faz diferença se essas pessoas são da família ou apenas amigos?

Pesquisadores da Universidade Estadual de Michigan decidiram investigar justamente isso. Em dois experimentos com cerca de 280 mil pessoas, eles estudaram como a presença de amigos próximos afeta a felicidade e o estado geral de saúde dos participantes.

O primeiro estudo envolveu gente de 100 países diferentes. E confirmou pesquisas anteriores: uma boa relação tanto com a família quanto com amigos está associada a uma saúde melhor e mais satisfação com a vida.

Só que quanto mais velhos eram os participantes, mais forte ficava a associação entre bem estar e amizades. A família ficava para trás: ter um bom relacionamento com parentes não tinha a ver, necessariamente, com estar saudável e feliz. Relações amorosas também não importavam muito na velhice. Mas só de saber que a pessoa mantinha amizades próximas, era possível prever que ela se sentia melhor que a média – especialmente em idades avançadas.

Para os cientistas, isso é sinal de que as amizades ficam mais importantes conforme envelhecemos. E, no segundo experimento, estudaram essa hipótese mais a fundo.

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Dessa vez, entrevistaram só pessoas da terceira idade. Perguntaram a mais de 7 mil participantes se eles sofriam de doenças crônicas e como andavam seus relacionamentos. A ideia era entender não só se as pessoas tinham relações próximas, mas se essas ligações traziam mais apoio ou mais tensão às suas vidas.

De novo, ter um relacionamento bom ou ruim com a família não apresentou muita interferência com o sofrimento por doenças crônicas. Já a relação com as amizades era forte – para o bem ou para o mal.

Quando os colegas eram uma fonte de apoio, os participantes relataram ter menos doenças crônicas. Já as pessoas cujas amizades eram cercadas de tensões e questões mal resolvidas sofriam com mais males desse tipo do que a média.

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A hipótese defendida pelos pesquisadores é que, como a amizade é opcional e construída durante a vida, na velhice tendemos a manter proximidade só com quem realmente vale a pena. E quando temos problemas com essas pessoas, é claro que isso vai ter um efeito negativo no nosso bem estar.

A família também é importante, é claro. Mas com ela você nasce. Então, mesmo quando o relacionamento é bom, ele é mais sério (ou até monótono). É só pensar naquele seu tio do pavê.

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