A ciência é incrível. Você, que lê a SUPER, sabe bem disso. Sabe também que a gente se esforça ao máximo para fazer infográficos e imagens que deixem todos esses assuntos absurdamente empolgantes também visualmente atrativos. Nossa equipe de arte pena, até porque, em geral, os estudos costumam vir com imagens não tão boas. Mas, às vezes, as coisas ficam mais fáceis, e os próprios pesquisadores produzem imagens inacreditáveis. É nisso que se baseia o Wellcome Image Awards, premiação que seleciona as melhores produções imagéticas no campo da ciência.
Separamos alguns dos vencedores (e explicamos o que, de fato, estão nessas imagens). Você os vê abaixo:
1/13 Esse é o olho de um porco. A imagem mostra em detalhes as veias que circundam o órgão e trazem sangue (e energia) para os músculos que controlam a região. Ainda é possível ver em detalhes a abertura para entrada de luz. As veias menores ganharam um belo zoom – se fossem representadas em tamanho real, mediriam 0,02 mm. (PETER M. MALOCA, OCTLAB AT THE UNIVERSITY OF BASEL AND MOORFIELDS EYE HOSPITAL, LONDON; CHRISTIAN SCHWALLER; RUSLAN HLUSHCHUK, UNIVERSITY OF BERN; SÉBASTIEN BARRÉ/Divulgação) 2/13 Essas são placentas de ratos com idades variando entre 12 e 20 dias. A imagem ajuda a entender com que tipo de células essas estruturas são formadas. Os pontinhos azuis, representam núcleos que guardam e controlam o DNA. Os vermelhos mostram as veias; os verdes sinalizam onde estão as células-tronco. (SUCHITA NADKARNI, WILLIAM HARVEY RESEARCH INSTITUTE, QUEEN MARY UNIVERSITY OF LONDON) 3/13 Acorda, menina! Não é o Loro José, mas é um primo dele: o papagaio-cinzento, da África. Aqui, pesquisadores conseguiram, por meio de uma ressonância magnética, captar em detalhes por onde o sangue do animal circula. (SCOTT BIRCH AND SCOTT ECHOLS) 4/13 Não, não é uma pintura modernista, isso é um pedaço de pele de gato – 12 mm de pele de gato para ser mais exato. A ideia dos pesquisadores era visualizar melhor como funcionam as camadas da pele do animal, dessa forma conseguimos ver as veias (em preto) e os pelos se projetando para fora do bichano (em amarelo). A parte mais grossa, que parece um espinho, é uma vibrissa (o bigodinho do gato) – a alta quantidade de sangue visualizada na região, explicita o porque essa área é tão sensível e útil na orientação espacial do animal. () 5/13 Isso é a retina de um rato. Com essa imagem dá para ter uma noção do quão complexo é o sistema visual dele. Em azul, estão definidas as veias; em vermelho ou verde, os nervos. Para conseguir esse resultado, os pesquisadores tiraram 400 fotos, e depois juntaram-nas em uma só imagem. (GABRIEL LUNA, NEUROSCIENCE RESEARCH INSTITUTE, UNIVERSITY OF CALIFORNIA, SANTA BARBARA) 6/13 Esse é um Euprymna scolopes , um polvinho que vive no Oceano Pacífico, perto do Havaí. O animal tem uma estratégia incomum de sobrevivência: de dia, se enterra na areia; de noite possui luz própria, quer dizer, mais ou menos. Essa parte branca dentro da cabeça dele brilha no escuro, são bactérias fluorescentes que vivem dentro do animal. A bolinha no centro de sua cabeça, por sua vez, é uma bolsa de tinta. Dessa forma, ele repara quanto de luz chega ao fundo do mar, e controla seu brilho próprio cobrindo as bactérias com tinta. Quando rola o equilíbrio perfeito, ele fica invisível para seus predadores – e de quebra pode sair para caçar. (MARK R SMITH, MACROSCOPIC SOLUTIONS) 7/13 Células-tronco cerebrais têm o poder de virar quaisquer tipos de células existentes no sistema nervoso. A imagem dá uma ideia desse poder. As células são esse punhado rosa no meio, enquanto o que você vê em verde são fibras que elas criaram. Tudo isso em apenas duas semanas. Essa foto, em específico, ainda tem um bônus: faz parte do projeto Human on a Chip , que é contra testes de medicamentos em animais. Eles tentam recriar órgãos (ou parte deles) em laboratório, para que os experimentos não machuquem um ser completo, mas apenas um punhado de células. (COLLIN EDINGTON AND IRIS LEE, © MASSACHUSETTS INSTITUTE OF TECHNOLOGY (MIT)) 8/13 Essas são as veias de uma pomba. Para conseguir esse resultado, os pesquisadores aplicaram um contraste que aparece em exames de ressonância magnética. É interessante notar que o bicho possui muitas veias no pescoço porque isso o ajuda a regular sua temperatura corporal (e a se adaptar a diferentes climas). (SCOTT ECHOLS, SCARLET IMAGING AND THE GREY PARROT ANATOMY PROJECT) 9/13 Isso é um tubo neural de um rato. É uma estrutura embrionária que, nos humanos, surge com apenas 1 mês de gestação e, futuramente, se transforma em outras partes do corpo. Aqui, você vê três áreas destacadas (em azul) no tubo. A da esquerda mostra o que virá a se tornar o cérebro, a coluna e os nervos do ratinho. Na do meio, você vê a mesoderme, que origina os órgãos internos; a da direita mostra a ectoderme, que se transforma em pelos, dentes e peles. () 10/13 Pequenas sequências genéticas chamadas microRNA são apontadas como possíveis terapias para o câncer no futuro. Isso porque essas estruturas são responsáveis pelo encolhimento e funcionamento das células. O grande problema é como fazer para que elas atinjam especificamente o câncer. Pesquisadores do MIT, então, desenvolveram um polímero para envolver as células cancerígenas e fixar os microRNAs nelas. É isso que a imagem mostra, o novo material com os fragmentos genéticos inseridos. () 11/13 Isso é um embrião de peixe-zebra modificado geneticamente. Os pesquisadores da Universidade de Londres alteraram os genes do animal para que partes específicas dele ficassem fluorescentes – a ideia é ajudar a identificar como funcionam as membranas do bicho, usadas por ele para analisar o movimento das águas ao seu redor (é assim que ele percebe que está sendo seguido por predadores, por exemplo). (Ingrid Lekk and Steve Wilson, University College London) 12/13 O que você está vendo é uma porção de massa branca. Essa é a parte do cérebro responsável por ligar outras regiões do órgão. Na imagem, o cérebro está fazendo ligações relativas à linguagem e fala. Para produzir esse tipo de foto, o autor usou ressonância magnética para captar o movimento das moléculas de água pelo cérebro. (Stephanie J Forkel and Ahmad Beyh, Natbrainlab, King’s College London; Alfonso de Lara Rubio, King’s College London) 13/13 A foto mostra uma lente inserida cirurgicamente na íris de um paciente de 70 anos. Esse tipo de procedimento é feito para tratar problemas oculares musculares, como a miopia. (Mark Bartley, Cambridge University Hospitals NHS Foundation Trust)