Por que o celular não funciona direito no elevador?
Quem responde é o físico Michael Faraday, pai do eletromagnetismo.
Porque o elevador é uma gaiola de Faraday. Não se assuste com o nome: ele nada mais é do que um envoltório construído com um material condutor de eletricidade, geralmente um metal. Esse casco pode ser vazado, como uma gaiola propriamente dita, ou maciço, como uma cabine. O elevador, que geralmente é feito de aço ou alumínio, preenche esses critérios.
Do mesmo jeito que um guarda-chuva desvia a água para os lados, fazendo-a cair ao redor de você, o objetivo da gaiola de Faraday é forçar a radiação eletromagnética a dar a volta em torno de uma coisa em vez de alcançá-la. Isso acontece porque metais condutores são repletos de elétrons livres, leves e poligâmicos, que circulam entre os átomos em vez de se apegarem a um átomo só. A radiação prefere interagir com esses elétrons em vez de alcançar a coisa que está dentro da jaula (rs). O resultado é um campo elétrico nulo lá dentro.
As torres de telefonia enviam sinais de radiofrequência para o celular e vice-versa. Se o aparelho estiver em uma gaiola de Faraday, essas ondas não conseguem alcançá-lo. É por isso que seu telefone funciona enquanto a porta do elevador está aberta – e provavelmente perde o sinal assim que ela se fecha. Isso não aconteceria em um elevador feito de madeira.
“A blindagem só não é perfeita devido às frestas na estrutura do elevador, e o seu movimento pode fazer o sinal oscilar um pouco ao longo dos andares do prédio – tornando-0, às vezes, fraco demais para a recepção de sinais de telefonia ou de wi-fi”, diz Luiz Cezar Trintinalia, professor do Departamento de Engenharia de Telecomunicações e Controle da Universidade de São Paulo (USP).
Fonte: Marcio Eisencraft, professor do Departamento de Engenharia de Telecomunicações e Controle da Universidade de São Paulo (USP).
Pergunta feita por @vianahenrique, via Instagram.