Poderia existir um avião movido a energia nuclear,que nem um submarino ou porta-aviões?
Na teoria, sim. Na prática, não.
Um reator de fissão nuclear cabe num submarino ou num porta-aviões, que têm mais de 100 m de comprimento, mas seria grande e pesado demais para um avião.
A Marinha dos EUA, nos anos 1950, calculou que um reator compacto o suficiente para um avião liberaria 500% mais calor que o reator pioneiro do submarino USS Nautilus, de 1955, e acabaria derretendo.
Outra fonte de peso é a blindagem que protege os tripulantes da radiação – fora o risco de contaminação do solo caso o avião caísse. Hoje, sem Guerra Fria e com preocupações ambientais, não há mais interesse na tecnologia.
A autonomia dos aviões era uma questão periclitante para soviéticos e americanos no início da era nuclear. A conversa de Trump sobre os EUA comprarem a Groenlândia (que nunca se concretizou) é uma herança dessa época: a ideia era ter uma base aérea que permitisse acessar o território russo pelo Polo Norte, um atalho que permitiria aos bombardeiros atacar e voltar sem reabastecer.
Outra vantagem estratégica seria a capacidade de manter aeronaves de reconhecimento e espionagem no ar 24 horas por dia, que sequer precisariam pousar.
Ao longo da Guerra Fria, os EUA dependeram bastante de bases em território europeu, nos países da OTAN, para manter o território soviético no alcance de seu arsenal nuclear.
Pergunta de @diego.zanchetta, via Instagram