Os dinos herbívoros pescoçudos eram ruminantes como as vacas?
Não. Mas eles também precisavam de bactérias para fermentar o mato que comiam.
Não. Mas poderiam ter sido, porque a configuração do sistema digestório das vacas é uma das várias maneiras de solucionar um problema encarado por todo herbívoro (pré-histórico ou atual): extrair carboidrato e proteína de folhas com alto conteúdo de celulose, que é um polissacarídeo difícil de digerir.
Para dar conta da celulose, entram em cena enormes colônias de bactérias. São elas que verdadeiramente se alimentam do capim. Os ruminantes, por sua vez, se alimentam dos subprodutos do metabolismo dessas bactérias, em troca do favor imobiliário de abrigá-las em um vasto estômago chamado rúmen (o primeiro dos quatro).
Essa digestão com auxílio de microorganismos é demorada. Todo organismo herbívoro precisa de um compartimentos longo e espaçoso para manter suas bactérias. Os ruminantes evoluíram o sistema de quatro estômagos para atender essa demanda. Mas outros herbívoros grandalhões, como eles elefantes, fazem a chamada hindgut fermentation: têm estômagos menores, e guardam suas bactérias no intestino.
Esse é o caso dos pescoçudos dinossauros saurópodes.
“O tamanho do intestino é evidente nas reconstituições dos saurópodes: aquela barriga roliça é uma câmara de fermentação”, diz Carole Gee, paleontóloga da Universidade de Bonn. As folhas – que eles engoliam sem mastigar para comer mais rápido e sustentar seus mais de 20 mil kg – passavam até quatro dias com as bactérias.
Pergunta de @danmagon7, via Instagram