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Os 5 presos que passaram mais tempo isolados em celas solitárias

Quarentena? Esses homens passaram mais de 40 anos sozinhos – seja por motivação política, seja porque não conseguiam conviver com os colegas detentos.

Por Maria Clara Rossini
Atualizado em 5 set 2024, 09h07 - Publicado em 10 jul 2020, 14h41

Quando não há registros da data de prisão, consideramos a data da condenação.

46 anos e 215 dias
Pietro Acciarito
De 1897 a 1943, Itália

Acciarito foi condenado por tentativa de assassinato ao rei Humberto I, da Itália, em 1897. Durante uma passeata em Roma, ele atacou o rei com uma faca, mas foi desarmado e preso antes de completar seu objetivo. Acciarito era declaradamente anarquista e foi sentenciado à prisão perpétua em solitária. Ele morreu aos 72 anos na prisão de Montelupo Fiorentino.

45 anos e 221 dias
Hugo Pinelli
De 1969 a 2015, EUA

Em 1965, Pinell foi preso por estupro. Dentro da prisão, ele foi acusado de atacar um policial em 1968, o que levou ao isolamento em solitária. Mesmo isolado, o incidente se repetiu outras três vezes, o que levava a constantes trocas de prisões. Em 1970, ele matou um policial que entrou na cela para recolher cartas. 

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Já em 1971, ele participou de uma tentativa de fuga da prisão de San Quentin com outros cinco prisioneiros, e juntos foram chamados de “San Quentin Six”. Em 2015, já com 70 anos, Pinell saiu da solitária e passou a conviver com outros presos, mas foi morto duas semanas depois por membros da irmandade ariana, de extrema-direita.

45 anos e 126 dias
Walerian Łukasiński
De 1822 a 1868, Rússia

Lukasinski foi um oficial e ativista polonês que lutou por melhores condições de vida para camponeses e judeus. Ele integrou organizações de oposição ao governo e não demorou para ser preso pelo Império Russo. Inicialmente, ele foi sentenciado a 7 anos de trabalhos forçados, mas acabou se envolvendo em revoltas contra as condições desumanas dos presos. Por isso, a pena passou a ser em solitária, sem contato com outras pessoas.

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Lukasinski era acusado de estar por trás de novas revoltas contra o czar, mesmo sem ter contato com o mundo exterior. Ele ficou preso sozinho, com eventuais mudanças de cela, até a sua morte em 1868, com 82 anos.

43 anos e 307 dias
Albert Woodfox
De 1972 a 2016, EUA

Este é o único da lista que ainda está vivo. Woodfox foi um ativista negro preso em 1971 por roubo à mão armada. Dentro da prisão, ele se filiou aos Panteras Negras e se tornou politicamente ativo na luta racial junto com dois outros presos, grupo que ficou conhecido como Angola Three.

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Em 1972 ele foi sentenciado ao confinamento após ser acusado de matar um guarda, mas sempre negou ter cometido o crime. Os três ativistas cumpriram mais de 40 anos em isolamento cada um. Segundo Woodfox, ele só era autorizado a sair uma hora por dia, para o banho de Sol. Depois de ser solto em 2016, aos 69 anos, ele escreveu um livro sobre seu tempo em solitária e hoje dá palestras e entrevistas contando sua história.

43 anos e 118 dias
Robert Stroud
De 1916 a 1959, EUA

Em 1909, Robert Stroud se envolveu em uma briga por causa uma mulher, o que resultou na morte de seu adversário. Ele foi sentenciado a 12 anos de prisão, mas lá dentro ele também esfaqueou prisioneiros e matou um guarda, o que levou à sentença de prisão perpétua em confinamento. Em 1942, ele foi transferido para Alcatraz, onde continuou solitário.

Stroud é conhecido como “Birdman of Alcatraz”, pois passou a se dedicar ao estudo de pássaros enquanto estava preso, e fez grandes contribuições para a ornitologia, principalmente no campo de doenças aviárias. Ele morreu aos 69 anos em um centro médico para prisioneiros.

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