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Existe requeijão em outros países?

O queijo cremoso é invenção 100% brasileira. Conheça a sua história.

Por Rafael Battaglia
Atualizado em 7 mar 2024, 14h35 - Publicado em 7 mar 2024, 14h33

Não. O requeijão cremoso, vendido em copos de vidro que depois você usa para tomar café, nasceu no Brasil. Existem queijos cremosos parecidos, mas não idênticos, mundo afora.

O requeijão de corte foi o primeiro queijo brasileiro com esse nome. Firme por fora, mas macio por dentro, é comum sobretudo no norte de Minas Gerais. É uma herança de imigrantes portugueses que produziam queijos similares aos que existiam na sua terra.

As primeiras etapas do preparo são as mesmas de vários outros tipos de queijo. Aquece-se o leite e adiciona-se coalho – conjunto de enzimas de animais ruminantes (vacas, ovelhas, cabras) que coagulam o líquido. O leite vira uma maçaroca firme com soro. O soro é descartado – e a parte sólida segue para virar queijo.

No caso do requeijão de corte, essa massa de leite passa por um segundo cozimento, que é o que a torna mais macia. “É provável que o nome ‘requeijão’ esteja ligado justamente a esse processo de reaquecimento”, diz Heyttor Barsalini, pesquisador do projeto Receitas Históricas Brasileiras.

Mas e o requeijão cremoso?

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A história desse ícone brasileiro começa em 1911 na cidade de Lambari (MG), quando o casal de imigrantes italianos Mário e Rosa Silvestrini se inspirou em uma receita de família para criar o Catupiry. O queijo foi um sucesso e, em 1949, a empresa transferiu sua fábrica para São Paulo.

Em 1950, Moacyr de Carvalho Dias, dono da Laticínios Poços de Caldas, também em Minas, se inspirou na receita do Catupiry para criar a sua própria versão de requeijão cremoso. Era uma forma de aproveitar o excedente da sua produção de leite.

Foram necessárias 606 receitas até que Dias encontrasse a fórmula final: a massa de leite coalhado – sem soro –, creme de leite e sal fundente, um produto que ajuda a dar liga à mistura. Em 1955, o requeijão cremoso passou a ser vendido em copos (de vidro ou plástico), e não demorou para que outras empresas desenvolvessem a sua própria versão do produto.

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Uma última curiosidade: em Portugal, existem queijos chamados “requeijão”, mas eles estão mais próximos de uma ricota – que, ao contrário do nosso requeijão, é feita a partir do soro do leite, não da massa.

Agradecemos: Gabriel Dieger Silva, docente da área de gastronomia do Senac São Paulo. 

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