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Em qual país o real é mais valorizado?

Não adianta só olhar o câmbio: um país com moeda fraca ainda pode ter um custo de vida alto. Por isso, há uma série de indicadores que medem poder de compra – do índice Big Mac ao ICP do Banco Mundial.

Por Maria Clara Rossini
19 mar 2021, 13h22 • Atualizado em 6 set 2024, 09h34
  • Tá aí uma questão que não é consenso nem entre economistas. Existem diferentes maneiras de estimar o verdadeiro valor de uma moeda em relação a outra, mas vamos começar com o que não fazer. Não adianta olhar unicamente para o valor de câmbio entre duas moedas. Basta comparar o Brasil com o Japão: um real equivale a 20 ienes japoneses. Mesmo assim a nossa moeda é mais fraca do que a japonesa: lá, as coisas custam muitos ienes. 

    O que importa é o que esse dinheiro consegue comprar em determinado país. O jeito mais simples de medir o poder de compra é comparar o valor de um mesmo produto em dois países diferentes, usando uma mesma moeda (nesse caso, o real) como referência. Mas qual produto escolher?

    A revista The Economist escolheu o Big Mac para estimar o valor real de algumas moedas. A escolha parece aleatória, mas o truque é que esse é um lanche praticamente idêntico em todos os países. Ele possui os mesmos ingredientes, movimenta uma cadeia produtiva semelhante e, portanto, espera-se que tenha o mesmo preço em todos os países. Como o valor relativo do Big Mac varia de acordo com o local, dá para ter uma ideia da força da moeda quando o assunto é fast food.

    Um exemplo: com 100 reais, você compra quatro Big Macs no Brasil, já que o lanche custa R,90. Se você converter esse valor para rublos russos e pegar um avião para Moscou, consegue comprar dez Big Macs por lá, porque o valor do lanche deles equivale a R,88 na cotação atual. Basta a fome ser grande o suficiente para compensar a viagem.

    O Índice Big Mac atualiza a cotação das moedas e o preço dos lanches todos os meses, fornecendo um parâmetro atualizado do poder de compra. No entanto, um único item não é suficiente para representar toda a economia de um país. Cada população apresenta um padrão de produção e consumo diferentes – no Brasil, preferimos uma coxinha a um Big Mac, enquanto os russos podem preferir um pirozhki (uma espécie de pastel de forno típico do país).

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    Por isso, o método mais completo para estimar o poder de compra de um país é pelo do Programa Internacional de Comparação (ICP), conduzido pelo Banco Mundial. Ele apresenta o índice de preços do país com base em uma cesta de bens em comum. É como se você montasse um carrinho de supermercado igual em vários países e comparasse o valor final. 

    Só que nesse carrinho entra de tudo: diferentes tipos de comida, gastos com transporte, conta de luz, vestuário, restaurantes, saúde, importações e exportações, gastos do governo, entre outros indicadores que ajudam a dar um panorama geral da economia.

    Essa é uma pesquisa de fôlego que pretende avaliar os preços de todos os países do mundo a longo prazo. A edição mais recente é de 2017, e a anterior a ela ocorreu em 2011. Por isso, ela não capta oscilações econômicas entre os países nos últimos anos.

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    Mesmo assim, é uma estimativa válida para saber onde a nossa moeda valeria mais. Os países são comparados com um valor de referência, que geralmente é uma média mundial. O Brasil, por exemplo, tem um custo de vida 2,5% acima da média mundial, enquanto na Islândia o custo é 92,7% maior. Em outras palavras, se um brasileiro se mudasse para a ilha nórdica mantendo o mesmo salário que recebe no Brasil, ele precisaria gastar quase o dobro para manter o padrão de vida que tem aqui. Isso indica que a nossa moeda não vale muita coisa por lá.

    Em outros países, no entanto, seria bem mais fácil se manter porque o valor dos produtos é baixo para nós, e portanto a nossa moeda vale mais. Veja no gráfico os dez países com o menor índice de preços, e onde o nosso dinheiro tem mais poder de compra, com base no ICP mais recente, de 2017. Um spoiler: o mais desvalorizado de todos é o Egito, em que o valor de um carrinho de supermercado cheio no Brasil faz três compras do mês.

    Clique aqui para ir para o gráfico.

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    Fonte: Mauro Rodrigues, professor de economia da USP e economista do porque.com.br

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