Assine SUPER por R$2,00/semana

Mulher Cientista

Por Maria Clara Rossini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Todos as semanas, a repórter Maria Clara Rossini entrevista uma pesquisadora brasileira e explica seu trabalho. Acompanhe aqui e no Instagram da Super.
Continua após publicidade

Thaísa Michelan fará expedições para estudar plantas aquáticas na Amazônia

Essa #MulherCientista irá viajar por riachos e lagos do interior do Pará em busca de novas espécies – que poderão ter aplicações na tecnologia e medicina no futuro

Por Maria Clara Rossini
29 out 2021, 12h09
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A palavra “macrófita”, grosso modo, significa “planta macroscópica” – ou seja, qualquer planta que conseguimos enxergar a olho nu. Só que, para os biólogos, a palavra acabou virando sinônimo de plantas aquáticas, como a vitória-régia. Thaísa Michelan se dedica a essas plantas desde o início da graduação, que realizou na Universidade Estadual de Maringá.

    Publicidade

    Ela sabia que queria estudar biologia, mas nunca gostou de trabalhar com animais, principalmente por que não se sentia à vontade na coleta, já que muitos animais precisam ser mortos para que a pesquisa aconteça. A solução, então, foi apelar para as plantas “e como sou feliz e realizada” afirma. No mestrado, ela estudou como as plantas aquáticas invasoras impactavam a diversidade das nativas. Já no doutorado, ela analisou as adaptações pelas quais as plantas nativas precisam passar em resposta à espécie invasora – se elas se reproduzem mais rápido ou geram mais descendentes, por exemplo.

    Publicidade

    Até então, Thaísa trabalhava com experimentos para testar perguntas ecológicas em laboratório e no campo – a diversidade de espécies aquáticas em Maringá era conhecida, então não havia necessidade de trabalhos voltados para conhecimento da biodiversidade do grupo. No final de 2016, durante o pós-doutorado, a pesquisadora foi chamada para assumir o cargo de professora na Universidade Federal do Pará (UFPA) e a partir de então começou a estudar macrófitas da região. Trabalhar na Amazônia é sonho de muitos biólogos, lá, ela percebeu que ainda se sabia pouco sobre as espécies e a distribuição das plantas aquáticas.

    Por esse motivo, a bióloga passou a propor expedições para mapear a biodiversidade de macrófitas na Amazônia. O objetivo é catalogar as espécies, verificar onde elas ocorrem e ainda coletar amostras para análise em laboratório posteriormente.

    Publicidade

     

    Para isso, Thaísa e sua equipe de alunos irão viajar por riachos, brejos e lagos do interior do estado em busca de novas plantas aquáticas. “A adrenalina é chegar nos pontos de coleta, a logística é muito diferente de uma pesquisa no Sul e Sudeste. Em 2019, nós ficamos atolados por horas na Rodovia Transamazônica. Há um local de coleta em que a gente precisaria fretar um avião e caminhar por dois dias em uma reserva indígena para chegar”, diz a pesquisadora.

    Publicidade

    Ela garante que a aventura vale a pena. As plantas aquáticas são importantes para melhorar a qualidade da água, além de oferecer um refúgio para a reprodução de peixes e insetos aquáticos. “Uma planta que passa por um rio carrega uma biodiversidade imensa de espécies associadas a ela. As plantas propiciam um ambiente adequado para outras espécies”, diz a pesquisadora.

    A bióloga também ressalta a importância de fazer esse trabalho antes que as espécies de plantas se percam. “Com o desmatamento, as alterações ambientais acontecem mais rápido do que a gente consegue pesquisar. Podemos estar perdendo espécies que a gente nem conhece”, diz ela. Seu trabalho é fazer uma pesquisa de base para conhecer essas plantas – e para que, no futuro, outros pesquisadores possam estudá-las para aplicações na medicina e tecnologia, por exemplo.

    Publicidade

    Thaísa irá fazer uma pesquisa de reconhecimento em novembro deste ano, enquanto as expedições para coleta devem ocorrer entre janeiro e outubro de 2022. Esse projeto de pesquisa venceu o prêmio Para Mulheres na Ciência, promovido pela Unesco, L’Oréal e Academia Brasileira de Ciências (ABC).

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    A ciência está mudando. O tempo todo.

    Acompanhe por SUPER.

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 12,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.