Aquela velha rixa entre irmãos ganhou outro argumento, a favor dos mais velhos: a chegada de outro filho pode aumentar a pressão sanguínea dos outros irmãos — e isso aumenta o risco de ter problemas cardíacos. Mas, calma, nem tudo é ruim. Com o tempo, a ciumeira passa e o coração fica fora de perigo.
A descoberta veio de uma pesquisa de universidades americanas, espanholas, indianas e bolivianas. Os antropólogos selecionaram 200 famílias, que vivem em sociedades agrícolas espalhadas por vilas amazônicas da Bolívia. E durante os meses de junho a setembro de 2007, colheram dados demográficos e socioeconômicos, e mediram a pressão sanguínea dos filhos. Eles perceberam que a chegada de um irmãozinho aumentava entre 3% e 5,9% a pressão sanguínea dos outros. Se fosse uma irmã, a pressão subia um pouco menos — em média, 3.8%.
O motivo? Ciúme e posse. Afinal, com um novo membro na família, os filhos precisam dividir a atenção dos pais, os brinquedos. É como se o caçula representasse uma ameaça aos outros pequenos. Ainda mais se o recém-chegado for um menino. Nas famílias estudadas, o papel masculino ainda é o mais forte, dominador e, por conta disso, um novo irmão pode ser mais “ameaçador” do que uma irmã. Aí o nascimento de um garoto pode aumentar ainda mais a pressão sanguínea dos outros filhos.
Só que isso passa. Conforme os filhos crescem e amadurecem, a pressão sanguínea volta ao normal. Aí os filhos começam a se dar bem… Ou não.