Pesquisadores da Universidade de British Columbia, em Vancouver, no Canadá, observaram a rotina de duas espécies de arenque (a Clupea pallassi, do Pacífico, e a Clupea harengus, do Atlântico) e notaram que alguma coisa não estava cheirando bem.
Na verdade, os biólogos canadenses apenas identificaram um comportamento fora do comum. Os peixes emitiam sons para se comunicar, mas por uma via nada convencional: o ânus. O “idioma” foi nomeado como Fast Repetitive Tick (algo como “rápidos tiques repetitivos”, em português). Trata-se de uma brincadeira, já que a sigla FRT, em inglês, soa como a palavra fart, que significa peido, pum, flatulência.
Embora ainda não tenham conseguido traduzir o significado dos sons, os pesquisadores notaram alguns padrões:
• A comunicação é mais intensa à noite;
• O “falatório” cresce conforme aumenta o número de peixes aglomerados (indício de que a inusitada emissão sonora seja um fenômeno social);
• A principal função da flatulência grupal dos arenques é coordenar os movimentos deles quando nadam em bando. É assim que milhares se organizam para caçar e se proteger de predadores: fazendo pum na cara uns dos outros – estudos posteriores investigarão se a poluição sonora gerada por humanos interfere nisso.
Mas chega de blablablá. Dê play no vídeo e escute, a partir de 0:12, a profunda (porém discreta) sinfonia dos arenques: