Novo “Zelda” é ótimo, mas tem um porém
"The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom", lançamento para o Nintendo Switch, apresenta mecânica de jogo inteligente e bons puzzles, mas sofre com oscilações na taxa de quadros; leia review
The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom subverte a ordem natural da franquia: é o primeiro a ter como protagonista a princesa Zelda, não o heroi Link. Sua premissa também é interessante. Zelda é acusada de criar fendas interdimensionais que começam a destruir o mundo, e condenada à morte pelo próprio pai.
Para esclarecer isso e tentar resgatar Link, ela possui uma habilidade curiosa: o poder de clonar coisas, criando “ecos” delas (daí o título do jogo). Quando você se depara com certos objetos ou seres, ao longo do game, passa a ser capaz de gerar réplicas deles.
Para escalar um lugar mais alto ou atravessar um fosso, por exemplo, você pode clonar bancos, caixas ou vasos. Pode gerar arbustos para se esconder de inimigos – ou, se preferir atacá-los, clonar criaturas que se encarregam disso.
Cada elemento tem sua própria serventia, e o número de clones que Zelda pode gerar ao mesmo tempo é limitado, o que força o jogador a raciocinar. Echoes of Wisdom apresenta puzzles inteligentes e desafiadores, com uma curva de dificuldade bem calibrada (nem fácil nem difícil demais).
O mapa do jogo, como convém a um Zelda, é enorme e cheio de detalhes (embora não na mesma escala de Breath of the Wild ou Tears of the Kingdom). O game se passa na perspectiva isométrica, mas há alguns trechos em 2D. Os cenários e os personagens são bonitos, e a trilha sonora também é boa.
Mas Echoes of Wisdom tem um problema de performance. A taxa de quadros por segundo exibida pelo Nintendo Switch cai com certa frequência, provocando “trancos” desagradáveis na imagem. Isso não chega a estragar a diversão do game – mas é muito visível, mesmo para quem não normalmente não dá bola para aspectos técnicos dos games.
Os trancos ocorrem porque, como revelou uma análise do canal inglês Digital Foundry, a taxa de quadros do jogo oscila entre 30 e 60 fps. Ela não cai abaixo de 30 fps. Isso significa que a Nintendo pode resolver facilmente o problema: bastaria liberar uma atualização permitindo que o jogador selecione um “modo 30 fps”, travando a taxa de quadros nesse patamar.
Seria o fim dos trancos, e não traria qualquer prejuízo (30 fps é um nível perfeitamente adequado para um game de raciocínio). Echoes of Wisdom já é ótimo. Com esse update, ficaria perfeito – à altura da franquia Zelda.
The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom está à venda, na loja online do Nintendo Switch, por R$ 299. Também está disponível em mídia física, por R$ 349 (veja link abaixo, da Amazon).