Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Alexandre Versignassi

Por Alexandre Versignassi Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Blog do diretor de redação da SUPER e autor do livro "Crash - Uma Breve História da Economia", finalista do Prêmio Jabuti.

A única coisa que dura para sempre

Só existe uma coisa que de fato transcende todas as barreiras do tempo e do espaço. Veja qual é.

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 16 set 2021, 15h58 - Publicado em 16 set 2021, 15h57

Sabemos que o Big Bang existiu por um motivo: as galáxias afastam-se umas das outras. Há exceções: Andrômeda, nossa vizinha, está em rota de colisão com a Via Láctea. O choque deve acontecer em mais ou menos 4 bilhões de anos.

Como o espaço interestelar dentro das galáxias é vasto o bastante, não será exatamente uma batida, mas uma fusão – que vai deixar o céu bem mais estrelado. No geral, porém, o que as galáxias fazem é fugir. Quanto mais distantes elas estão entre si, mais rápido é o ritmo da expansão, como se cada uma fosse uma coisa desenhada na superfície de um balão. 

O enchimento desse balão é a expansão do Universo. E se o Universo visível está se expandindo neste momento, é natural que, um dia, ele tenha sido bem pequeno. De fato: os cálculos feitos para modelar o passado remoto do cosmos mostram que, há 13,8 bilhões de anos, tudo o que dá para ver daqui da Terra (uns 100 bilhões de galáxias) estava espremido em um espaço infinitesimal.

Nanoscópico, na verdade: se desse para encolher a Terra até o ponto em que ela pudesse caber na ponta de um alfinete, um alfinete lá dentro dessa micro-Terra ainda acomodaria com folga essa semente do Universo.

Há 13,8 bilhões de anos, ela começou a se expandir, no evento que convencionou-se chamar de Big Bang. E o Big Bang continua big-bangando, pois o espaço ainda se expande. A uma velocidade cada vez mais acelerada.

Continua após a publicidade

Esse esticamento é simplesmente a criação de mais espaço livre dentro do tecido cósmico (e não, ninguém faz ideia de onde vem esse espaço novo). O fato é que chega espaço para caramba. O bastante para que as galáxias visíveis mais distantes afastem-se da nossa a uma velocidade próxima à da luz, 1,079 bilhão de km/h.

A coisa é que elas seguem acelerando, para além da velocidade da luz. A Teoria da Relatividade prova por A+B que nada pode se mover mais rápido do que isso. Mas o que temos aí não é exatamente movimento. É o tal surgimento de mais e mais espaço entre as galáxias. E para isso não há um limite. Logo, cada vez mais galáxias desaparecem para sempre do nosso campo de detecção – passam a se afastar tão rápido que a luz delas nunca mais chegará ao nosso céu. Nunca mais.

Daqui a bilhões e bilhões de anos, quem estiver aqui na Via Láctea e observar o céu não verá nenhuma outra galáxia lá em cima. Essa futura civilização, seja ela feita da forma de vida que for, irá concluir que o Universo inteiro consiste no aglomerado de estrelas em que habita, e que o resto é vazio absoluto. Os cientistas dessa civilização jamais terão meios para descobrir que um dia houve o Big Bang. Isso só vai acontecer se a informação de que um dia o céu era coalhado de galáxias que fugiam umas das outras chegar até esse pessoal.

Então fica a lição do dia, Gorpo: cuide bem das informações que você adquire. Elas são a única coisa que dura para sempre.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.