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Alexandre Versignassi

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Blog do diretor de redação da SUPER e autor do livro "Crash - Uma Breve História da Economia", finalista do Prêmio Jabuti.

A ascensão do voto nulo

Só a emoção conta. E agora começa a surgir um novo catalizador sentimental: o voto nulo

Por Alexandre Versignassi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
24 out 2018, 12h02 • Atualizado em 24 out 2018, 18h39
  • Se o Brasil fosse uma empresa, estava resolvido: promovia o Meirelles de CFO para CEO e tudo certo. Os resultados consistentes e fora de série que o cara apresentou como presidente do Banco Central sob Lula e como Ministro da Fazenda sob Temer deixavam claro que ele não deveria mais estar sob ninguém na seara pública. Precisaria de assessoria abaixo dele, não acima. Nas décadas que Meirelles passou na seara privada, numa empresa do tamanho de um país, foi precisamente o que aconteceu.

    Claro que esta é uma opinião pessoal (não editorial, não se trata de uma visão da SUPER). Mas faço uso dele aqui para falar de outro ponto de vista: o de que eleição não diz respeito a mérito (ou seja, eleição “não é sobre” mérito, como os inventores de um novo inglês gostam de dizer). “É sobre” emoção.

    E ninguém foi mais brilhante na tarefa de emocionar eleitores do que Bolsonaro. O candidato entendeu cedo o vácuo político em que estávamos metidos.

    Há três meses, só se falava no tal do “centrão”, a coleção de partidos sanguessugas cujo apoio foi disputado a tapa pelos candidatos tradicionais. Alckmin levou, e terminou com 4% – metade do que tinha quando era pré-candidato, sem centrão.

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    Há dois meses, começava a campanha Haddad Vice, comandada pelo que restou do PT – Gleisi Hoffman, alguém capaz de despertar emoções positivas em apenas um cidadão brasileiro, chamado Luís Inácio Lula da Silva.

    Há um mês, a inteligência coletiva da bolha em que este autor está inserido decidiu que Ciro seria o próximo Presidente. A mobilização que tomou conta das nossas timelines lhe rendeu precisamente zero pontos percentuais no mundo real. E agora o herói da Vila Madalena e do Leblon descansa em Paris. Não é que ele era mesmo a nossa cara?

    Nessa bolha, tínhamos entendido a mobilização inicial em torno de Bolsonaro como um encontro de ultra-conservadores. Uma perversão de nicho. Até que, lá por agosto, você descobriu que o seu pai e a sua tia estavam com ele, e que sua mãe ia votar no Amoêdo.

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    Agora uma onda nova começa a ganhar força. A última pesquisa, que registrou queda de Bolsonaro e aumentos dos brancos e nulos mostrou a força de outra entidade emocional nestas eleições: o niilismo – o apego pelo nada, pelo vazio, pelo fim da existência.

    Talvez não haja retrato melhor. Porque, se o Brasil fosse mesmo uma empresa, teria decretado falência.

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