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“Única no mundo”: pesquisadores brasileiros descobrem nova árvore raríssima no RJ

Acredita-se que o espécime, que é primo das jabuticabeiras, é o único que existe no planeta, segundo cientistas do Jardim Botânico do Rio.

Por Bela Lobato
22 ago 2024, 18h00

A Mata Atlântica, que já chegou a cobrir 15% do território brasileiro, é também um dos biomas com maior biodiversidade do mundo. São conhecidas mais de duas mil espécies de animais nativos, além de 20 mil plantas. Hoje, 85% do bioma original já foi devastado, mas ainda assim há espaço para descobertas.

Pesquisadores do Jardim Botânico do Rio de Janeiro descobriram uma espécie nova de árvore frutífera, a Siphoneugena carolynae, no interior do Monumento Natural Municipal da Pedra de Itaocaia, no município de Maricá, Estado do Rio de Janeiro. Essa prima da jabuticabeira tem sete metros de altura e, até onde se sabe, é a única no mundo.

“Essa espécie possui apenas um único indivíduo conhecido até o momento. É a décima terceira espécie do gênero Siphoneugena conhecida até hoje”, explica Thiago Fernandes, pesquisador envolvido na descoberta. “Coletamos com os frutos verdes ainda. Não conhecemos os frutos maduros, mas podemos prever que são semelhantes às jabuticabas, já que são parentes próximos.”

A descrição da nova espécie foi publicada em julho na revista Brittonia, prestigiada publicação do Jardim Botânico de Nova York.

A região onde a árvore foi encontrada chama a atenção de naturalistas há pelo menos dois séculos e, em 1832, foi visitada por Charles Darwin, criador da Teoria da Evolução. No diário de viagem, o inglês não parou de escrever sobre como ficou maravilhado com nossa biodiversidade

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“Essa nova descoberta é um passo adiante para o conhecimento pleno da flora da Mata Atlântica, que ainda abriga muitas espécies desconhecidas para a ciência. Além disso, demonstra a importância das áreas protegidas para a conservação dessa e de outras espécies raras e com distribuição restrita”, afirma Fernandes.

Os pesquisadores passaram cinco anos monitorando periodicamente as fases do desenvolvimento reprodutivo da espécie. “Venho estudando desde a graduação com meu orientador e outros colaboradores. Já fizemos outras descobertas na localidade. Teve uma espécie frutífera que só era conhecida por uma única coleta feita no século 19, que já está no Jardim Botânico em cultivo, e outras duas espécies novas ocorrendo em Itaocaia e Niterói”, conta Fernandes.

O nome científico da nova árvore (Siphoneugena carolynae) homenageia a pesquisadora da Universidade de Brasília Carolyn E. B. Proença, especialista na família de plantas Myrtaceae, e que também contribuiu com a discussão sobre a nova espécie.

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