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Toque físico realmente tem benefícios para saúde, mostra estudo

Abraços, carícias e massagens podem desempenhar um papel importante tanto na saúde física quanto mental, em adultos ou bebês.

Por Caio César Pereira
Atualizado em 9 abr 2024, 18h07 - Publicado em 9 abr 2024, 18h06

Herbert Vianna já dizia: quando está escuro e ninguém te ouve, ou quando chega a noite e você quer chorar, nada é melhor do que aquele abraço bem reconfortante e apertado….

E isso não é à toa: de acordo com uma nova pesquisa, o toque físico realmente pode fazer bem para a saúde – tanto para o corpo, quanto para a mente.

O estudo, publicado na revista Nature Human Behaviour, é na verdade uma revisão sistemática – uma espécie de compilado de diversas outras pesquisas que analisaram o quão importante é o toque para a saúde humana. A equipe revisou artigos sobre toques, carícias, abraços e massagens feitas ao longo dos anos.

Combinadas, as conclusões dos estudos corroboram aquilo que já se suspeitava há muito tempo: o contato físico não só ajuda como pode ser crucial para a nossa saúde. 

Os pesquisadores fizeram um levantamento com 212 artigos publicados, e realizaram uma análise estatística com os dados 85 estudos envolvendo adultos e outros 52 envolvendo recém-nascidos. 

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Os resultados mostraram que o contato físico apresentava benefícios para a saúde do indivíduo, tanto em termos de saúde física quanto em saúde mental, independente da idade da pessoa. Isto é: o toque faz bem tanto para adultos quanto para crianças.

De acordo com os pesquisadores, a pesquisa mostrou que o toque pode ser utilizado em tratamentos para reduzir dor, depressão e ansiedade em adultos e crianças, além de ajudar no ganho de peso em recém-nascidos. 

“Mais eventos de toque consentido ao longo do nosso dia podem ajudar a aliviar ou potencialmente amortecer queixas mentais e físicas”, disse em entrevista ao The Guardian, Helena Hartmann, pesquisadora do  Hospital Universitário de Essen e coautora da pesquisa.

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Dentre os diversos estudos analisados, um mostrou que a agressividade e o estresse em idosos com demência diminuíram após receberem  massagens diárias de 20 minutos durante um período de seis semanas. Em outro, as massagens melhoraram o humor de pacientes com câncer de mama.

A pesquisa mostrou também que o toque pode ser benéfico tanto para pessoas saudáveis quanto para pessoas com algum tipo de enfermidade, principalmente aquelas com doenças mentais. 

O curioso é que o toque pode ser tão benéfico que não precisa necessariamente ser um toque humano. Objetos, como uma coberta pesada, ou até mesmo um robô social, também provocam efeitos semelhantes.

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“Isso significa que precisamos realizar mais pesquisas sobre o potencial de cobertores pesados ou robôs sociais para melhorar o bem-estar das pessoas, especialmente durante situações de limitação de contato como a recente pandemia de Covid-19”, comenta Hartmann.

A pesquisa mostrou também que as mulheres se beneficiam mais do contato físico do que os homens, e pessoas na América do Sul apresentaram uma tendência maior de se beneficiar do toque do que pessoas na América do Norte e Europa. 

Para os pesquisadores, entretanto, as diferenças entre os países não eram grandes o suficiente para serem definitivas, de forma que pode ser explicada por algum fator biológico, enquanto que a diferença entre homens e mulheres pode vir de uma fonte mais cultural.

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