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Telescópio fotografa estrela que “morreu” duas vezes. Entenda

A detonação dupla dessa estrela foi identificada pelo Observatório Europeu do Sul, no Chile – e pode ajudar astrônomos a calcular a taxa de expansão do Universo

Por Eduardo Lima
2 jul 2025, 18h00

Pela primeira vez, astrônomos conseguiram evidência visual de uma estrela que morreu duas vezes. Isso não significa que esses corpos celestes tenham sete vidas. A estrela, na verdade, explodiu duas vezes, num fenômeno chamado “erupção gêmea”.

Os cientistas descobriram a detonação dupla enquanto estudavam dois anéis concêntricos de cálcio ao redor da supernova SNR 0509-67.5. Esse foi o nome que os astrônomos deram para os restos de uma estrela a 60 mil anos-luz de distância da Terra, que teve sua morte por supernova de tipo Ia há cerca de 400 anos.

A descoberta não é só uma curiosidade ou uma foto espacial bonita (que, convenhamos, é digna de fundo de tela do computador), mas um bom ponto para estudar como o Universo se expande. É por meio desse tipo de supernova, caracterizado pela explosão violenta de uma estrela anã-branca, que muitos astrônomos conseguem estudar a expansão do cosmos.

Essa dupla detonação foi divulgada num artigo publicado na Nature Astronomy. O estudo é mais uma peça num quebra-cabeça que a astronomia ainda não conseguiu montar completamente: qual mecanismo causa essas supernovas (e por que essa, em específico, explodiu duas vezes)?

Como rolou a explosão dupla?

As supernovas de tipo Ia acontecem quando o material de uma estrela é roubado pela casca de uma outra estrela co-orbitante, que já morreu. Essa estrela vampira, que puxa matéria de sua vizinha, é uma anã branca. O acúmulo de material até um ponto crítico, conhecido como limite de Chandrasekhar, leva ela a uma explosão termonuclear gigantesca que a destrói completamente.

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Pelo menos é assim que os astrônomos sempre encontraram essas situações. Mas o caso da dupla detonação parece ter sido diferente. Com a ajuda do Very Large Telescope (“telescópio bem grande”, em tradução livre) do Observatório Europeu do Sul, no deserto do Atacama no Chile, os cientistas identificaram uma supernova que revela um claro padrão de ondas de choque em formato de concha.

O padrão era esquisito, então eles resolveram investigar mais a fundo. Com um dos instrumentos do telescópio, os cientistas identificaram os dois anéis de cálcio que restaram como vestígios de duas explosões.

Então como essa explosão incomum aconteceu? Provavelmente, a estrela que já havia passado por uma supernova se cobriu com hélio roubado de uma vizinha. O gás inflamou e enviou uma onda de choque tão forte para dentro do núcleo da estrela que já estava morta que fez ela explodir uma segunda vez, num estouro ainda maior que o primeiro.

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A descoberta de que a estrela passou por essa erupção gêmea mostra que as anãs brancas podem explodir muito antes de chegar ao limite de Chandrasekhar de acúmulo de materiais.

Supernovas do tipo Ia – não importa se com uma ou duas explosões – geralmente explodem com o mesmo brilho, então elas são usadas pelos astrônomos como marcos no espaço para medir distâncias enormes e calcular a taxa de expansão do Universo.

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