Textos Fernanda Salla
A julgar por um estudo recentemente divulgado pela Brigham Young University, nos EUA, solidão é meio caminho andado em direção à cova. O trabalho conclui que gente solitária tem 50% mais chances de morrer do que aqueles que estão sempre cercados de familiares ou amigos. Isso significa dizer, segundo os pesquisadores, que a solidão deveria ser encarada como um problema de saúde pública – tão preocupante quanto o tabagismo e o alcoolismo.
De acordo com o psiquiatra Neury Botega, professor da faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, uma vida solitária começa a virar problema quando ela passa a infligir sofrimento ao indivíduo. “Isolamento social geralmente faz parte do quadro clínico da depressão, junto com sensação de desesperança, incapacidade de sentir prazer e a ideia de que nada vale a pena”. É aí que o solitário costuma abrir a guarda, tendendo a ficar cada vez mais vulnerável a uma série de doenças.
A literatura médica está cheia de casos que relacionam solidão com aumento da pressão arterial e aceleração do processo de envelhecimento. Também há trabalhos científicos que colocam os solitários na categoria dos mais sujeitos a arteriosclerose, diabetes, derrame, ataque cardíaco e deficiências imunológicas. Sem contar o elevado índice de suicídios. Nas contas da Sociedade Brasileira de Psiquiatria, é provável que a solidão esteja relacionada a 50% dos casos registrados anualmente em todo o mundo.
Números assustadores
Todo ano, 1 milhão de pessoas cometem suicídio.
NO BRASIL – 1 a cada hora.
NO MUNDO – 1 a cada 40 segundos.
Suicídio é a 7ª maior causa de morte entre a população masculina.
HOMENS – cometem 7 vezes mais suicídios que as mulheres.
MULHERES – usam veneno 3 vezes mais que os homens.
Nos últimos 45 anos, o número de suicídios cresceu 60%.
Para cada suicídio consumado, ocorrem de 12 a 25 tentativas malsucedidas.
A solidão pode estar relacionada a 50% dos suicídios cometidos anualmente.
Fontes: Sociedade Brasileira de Psiquiatria, Organização Mundial da Saúde; The New York Times.