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Salamandra fica parada no mesmo lugar por sete anos

Exemplares da espécie Proteus anguinus são anfíbios preguiçosos que podem chegar aos 100 anos, e levam uma vida mansa no fundo de cavernas europeias.

Por Carolina Fioratti
Atualizado em 20 fev 2020, 17h26 - Publicado em 20 fev 2020, 17h21

Se você se considera preguiçoso por não querer levantar nem para buscar um copo d’água, é porque ainda não conheceu esse camarada. O Proteus anguinus – ou proteus, para os íntimos – é uma espécie de anfíbio que vivem no fundo de cavernas úmidas europeias que, se não forem incomodados, podem passar anos parados em um mesmo lugar.

Alguns pesquisadores da Universidade Eötvös Loránd, Hungria, perceberam a falta de interesse dos proteus em procurar novos habitats quando foram explorar uma caverna de calcário do leste da Bósnia-Herzegovina. Eles visitaram o local várias vezes e notaram um padrão: os proteus avistados pareciam ser sempre os mesmos. 

Para sanar a questão, eles começaram a acompanhar de perto 26 animais em 2010 . Assim, conseguiram registrar por todos esses anos a distância que eles se moviam (que por sinal, não eram muito longas). Quando os bichinhos resolviam passear, nadavam no máximo 15 metros, número pouco maior que o tamanho de um ônibus urbano. Um dos proteus, inclusive, ficou estagnado por nada menos que 2.569 dias – mais de sete anos.

Por que eles são tão cansados

Para começo de conversa, os proteus podem viver até 100 anos, então optam por guardar sua energia. Arrumar um parceiro para se reproduzir? Só a cada 12 anos. Eles são ótimos nadadores e podiam ir muito além, porém não têm a pele sensível e também são cegos. Logo se excluir do convívio em natureza e viver recluso em suas cavernas parece bem mais seguro.

Os proteus também podem sobreviver por anos sem comida. Eles se alimentam, principalmente, de pequenos crustáceos e caracóis. A caverna explorada pelos pesquisadores eram bem servidas de alimentos do tipo. Pense bem, você mudaria de lugar para encontrar exatamente as mesmas condições? Melhor ficar por lá mesmo

Vale lembrar que muitos desses animais morrem ainda jovens, pois são bastante suscetíveis à infecções na infância – mas se passarem ilesos dessa fase, aí vão longe. Diz aí, quem não queria essa vida mansa? 

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