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Robô Perseverance encontra possíveis indícios de vida microscópica em Marte

Amostra de rocha coletada em cânion contém moléculas orgânicas que podem ter sido produzidas por micróbios em um passado distante.

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
28 jul 2024, 18h00

Uma amostra de rocha coletada pelo jipe-robô Perseverance, da Nasa, pode conter evidências de que o planeta abrigou vida microscópica em um passado distante.

Esse é um “pode” bem cauteloso, é claro: é possível que a composição química do pedregulho resulte do metabolismo de criaturinhas pré-históricas que já habitaram o Planeta Vermelho. Mas a amostra também pode ter uma origem inteiramente inanimada apenas estudos mais aprofundados poderão tirar essa história a limpo.

Essa é a 22° amostra coletada pelo Perseverance em sua jornada. A função do rover é inserir os pedaços de rocha em cilindro hermeticamente fechados e então abandoná-los na superfície do planeta (a parte boa de Marte é que não tem ninguém para mexer com os cilindros: eles ficarão exatamente onde forem deixados).

Posteriormente, um outro jipinho terá a função de coletá-los. Os cilindros serão embarcados em um pequenos foguete, levados para um satélite na órbita de Marte e então disparados para a Terra. Essa será a primeira vez que objetos fabricados pelo ser humano farão a viagem de volta.

A amostra com rastros de material orgânico veio de um vale com 400 metros de largura, por onde costumava correr um rio que desaguava na atual Cratera de Jezero (originalmente, um imenso lago).

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A amostra consiste em veios de hematita o mineral avermelhado que dá cor ao planeta intercalados com camadas de sulfato de cálcio branco. Na região vermelha, há pontos brancos rodeados de material preto, como as manchinhas de um leopardo. É o material preto, com moléculas que contêm o elemento fósforo, que interessa os cientistas.

“Essa é a rocha mais confusa, complexa e potencialmente importante já investigada pela Perseverance”, disse em declaração à imprensa Ken Farley, um pesquisador do Instituto de Tecnologia da Califórnia que trabalha no projeto.

“Por um lado, temos a primeira detecção convincente de material orgânico, manchas coloridas indicativas de reações químicas que vida microbiana poderia usar como fonte de energia. Também há evidências de que água, necessária para a vida, já passou pela rocha.”

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“Por outro lado, nós não conseguimos ainda determinar como, exatamente, essa rocha se formou, e até que ponto o calor pode ter contribuído para essas características [temperaturas altas catalisam reações químicas cujos resultados podem ser confundidos com sinais de vida].”

 

 

 

 

 

 

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