Revista em casa por apenas R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Robô Curiosity registra o maior pico de metano já detectado em Marte

O gás é um belo indício de que pode haver vida no planeta vermelho – mas calma.

Por Ingrid Luisa
Atualizado em 25 jun 2019, 18h45 - Publicado em 25 jun 2019, 18h39

“O mistério do metano [em Marte] continua”, disse Ashwin Vasavada, um dos cientistas da NASA responsável por analisar as descobertas do robozinho Curiosity, que está no solo do planeta vermelho. “Mas estamos mais motivados do que nunca a unir nossos cérebros para descobrir como o metano se comporta na atmosfera marciana”.

O pronunciamento e essa motivação toda tem uma nova causa: o jipinho descobriu quantidades surpreendentemente altas de metano no ar de Marte na quarta-feira (19). O último pico de metano no planeta, detectado em 2013, registrou 7 partes por bilhão (ppb) na atmosfera do planeta. Agora, foram detectados 21 ppb.

“Dado este resultado surpreendente, reorganizamos a programação para realizar um experimento subsequente sobre isso”, afirmou Vasavada.

Apesar de não ser uma descoberta inédita, a detecção de metano é relevante. Isso porque o metano é um gás que não dura muito tempo na atmosfera. Ele se decompõe em questão de décadas. Ou seja: precisa ser gerado por alguma coisa.

Seres vivos produzem metano – incluindo você. Logo, a presença desse gás pode indicar vida. Na Terra, temos micróbios metanogênicos, que sobrevivem sem oxigênio e produzem o metano como um subproduto metabólico. A presença do gás, então, poderia indicar a presença de formas de vida assim em Marte.

Continua após a publicidade

“É emocionante, mas o gás também pode ser criado através de interações entre rochas e água.”, diz o comunicado oficial da NASA.

“Com nossas medições atuais, não temos como dizer se a fonte de metano é biológica ou geológica”, disse o pesquisador Paul Mahaffy, também da NASA.

Análises feitas por geólogos do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia de Roma e do Instituto de Ciências Planetárias de Tucson, por exemplo, investigando o pico de metano detectado em 2013, atribuem o aparecimento do gás a um possível lençol de metano congelado que fica abaixo da cratera Gale (onde o Curiosity fez seu pouso, em 2012).

Continua após a publicidade

CH4 no Planeta Vermelho

Essa história de metano em Marte não vem de hoje: o primeiro indício foi encontrado em 2004, pela sonda Mars Express, da Agência Espacial Europeia (ESA). Outras detecções pequenas seguiram essa primeira descoberta.

Em 2012, a NASA enviou o rover Curiosity até Marte com o objetivo de encontrar mais vestígios desse gás. Só em 2013 um pico foi detectado por seus sensores, algo também confirmado pela Mars Express.

Em abril de 2018, o satélite europeu o Trace Gas Orbiter foi colocado em órbita, com uma tecnologia especialmente desenvolvida para detectar metano com uma precisão bem maior. Mas suas primeiras observações, feitas entre abril e agosto de 2018, não encontraram nenhum vestígio da molécula.

Apesar de todas as especulações, a quantidade de metano já detectada em Marte é muito pequena. A título de comparação, a concentração de metano na atmosfera da Terra é de 1865 ppb. As detecções espaçadas e a quantidade mínima apoiam a ideia de que a libertação do gás em Marte seja ocasionada por eventos geológicos pequenos e transitórios, e não por uma fonte global (como micróbios). O mistério, no entanto, segue em aberto.

Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Oferta dia dos Pais

Receba a Revista impressa em casa todo mês pelo mesmo valor da assinatura digital. E ainda tenha acesso digital completo aos sites e apps de todas as marcas Abril.

OFERTA
DIA DOS PAIS

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.