Rãs ficaram presas em âmbar e foram descobertas 99 milhões de anos depois
O azar dos bichinhos é a sorte dos pesquisadores: os fósseis mais antigos do anfíbio encontrados até então datam de 40 milhões de anos de atrás
Uma série de pequenas coincidências precisaram trabalhar em sincronia para que, em 2018, o Instituto Dexu de Paleontologia em Chaozhou, na China, recebesse fósseis de rãs presas em seiva de árvore com cerca de 99 milhões de anos. Quatro delas foram encontradas no sudeste da Ásia inteiras o suficiente para ajudar nas pesquisas.
Pode parecer estranho que a comunidade científica fique tão animada com rãs, mas é inusitado obter um sapo fóssil tão antigo, ainda mais preservado tridimensionalmente. Seus ossos são pequenos, frágeis e raramente sobrevivem ao tempo. Os mais antigos encontrados neste estado até então são do Caribe e datam de 40 milhões de anos. Atrás disso, existem os fósseis mexicanos de “apenas” 25 milhões de anos.
O local da descoberta também é importante: uma floresta úmida. Hoje, nós sabemos que sapos gostam de viver em ambientes úmidos, mas curiosamente não havia nada que provasse que essa é uma relação de longa data. Como fósseis se deterioram mais rápido em ambientes úmidos, fica mais difícil encontrar evidências.
A seiva das árvores é uma excelente amiga dos arqueólogos. Novas espécies de aracnídeos, pássaros, camaleões e formigas foram descobertos graças ao âmbar. Sem contar uma cauda de dinossauro cheia de penas.
A nova espécie de rã foi batizada de Electrorana limoae e está sendo tratada como uma popstar. Além de ser mantida e estudada no Instituto Dexu, existe uma cópia no Museu da Flórida — e você também pode interagir com modelos 3D dos fósseis no Morphosource.