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Por que agências espaciais querem explorar cavernas subterrâneas na Lua

ESA e Nasa acreditam que os "tubos de lava lunares" são ideais para abrigar, no futuro, astronautas que viajarem ao satélite natural.

Por Ingrid Luisa
27 ago 2019, 16h52

A humanidade sempre sonhou em conquistar a Lua. Depois de fazer diversas missões por lá  – que incluíram humanos, robôs e até tardígrados –, as agências espaciais estão querendo mais: investigar pontos supostamente habitáveis do satélite natural.

Não, ainda não é hora de estabelecer uma colônia na Lua. Mas a ideia é resolver uma questão básica: o tempo limitado de exploração do terreno. Os astronautas da Apollo 11, por exemplo, só ficaram 21 horas na Lua. Tudo por conta da dificuldade de se estabelecer uma “base” na superfície lunar, algo que inviabiliza missões maiores.

Para resolver essa questão, certas agências acreditam que a melhor opção seja investir em túneis subterrâneos da Lua – que ainda permanecem praticamente inexplorados. A ideia é que, no futuro, eles possam se tornar bases subterrâneas capazes de abrigar humanos a longo prazo.

A Agência Espacial Europeia (ESA) foi a primeira a lançar uma campanha para a exploração dessas áreas. Por ora, o objetivo principal é reunir ideias sobre como navegar, mapear e estudar as cavernas lunares em futuras missões robóticas. E a novidade é que você pode fazer parte disso. Qualquer pessoa empolgada o suficiente com exploração espacial pode enviar suas sugestões na plataforma Open Space Innovation Platform (OSIP).

“A exploração e o mapeamento desses tubos podem fornecer novas informações sobre a geologia da Lua, mas também podem ser uma opção interessante como abrigo de longo prazo para futuros visitantes humanos”, disse Francesco Sauro, diretor do treinamento de astronautas da ESA, em um comunicado. “Eles podem proteger os astronautas da radiação cósmica, dos micrometeoritos e possivelmente fornecer acesso a água gelada e outros recursos presos no subsolo”, completou.

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Segundo os cientistas, esses tubos se formaram bilhões de anos atrás, quando a lava derretida ainda estava em erupção na Lua. Imagens da superfície lunar sugerem que esses canais antigos se resfriaram e formaram cavernas sublunares que podem se estender por quilômetros – semelhantes às que existem na Terra.

Após o início da campanha da ESA, a Nasa também demonstrou estar interessada nas tais cavernas.

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“Nesta semana, nossos cientistas planetários estão no Havaí, explorando tubos de lava para entender melhor estruturas semelhantes na Lua e Marte”, escreveram no Twitter. “Essas cavernas podem conter evidências de vida antiga em Marte ou servir de abrigo na lua”.

Meses antes, a Nasa já havia anunciado o desenvolvimento de um robô próprio para a mesma tarefa. Chamado “Moon Diver”, ele deverá ser capaz de fazer rapel nas profundezas deixadas por antigas erupções de lava. Enquanto não é lançado no espaço, algo que deve acontecer em 2020, o modelo segue sendo testado em cavernas de lava no Havaí. O sonho de conhecer galerias subterrâneas da Lua – por dentro – nunca foi tão acessível.

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