Relâmpago: Revista em casa a partir de 9,90

Placebo “funciona” mesmo se for descoberto

A expectativa, ainda que por uma mentira, gera efeitos psicológicos.

Por Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
16 fev 2023, 11h19

Os estudos de novos remédios usam a técnica “duplo-cego”: metade dos voluntários recebe o medicamento real e a outra metade toma placebo, sem que eles saibam quem está tomando o quê. Mas os placebos podem “funcionar” mesmo se forem desmascarados.

Foi o que constatou uma experiência (1) da Universidade de Basiléia, na Suíça, com 112 voluntários. Primeiro, os cientistas aplicaram dois testes para medir o nível de ansiedade e vergonha das pessoas.

Depois pediram que elas escrevessem um texto sobre uma situação em que fizeram algo mau – o objetivo disso era, justamente, induzir ansiedade e vergonha.

Em seguida, os indivíduos foram separados em três grupos. O primeiro tomou um falso calmante. O segundo foi informado de que estava recebendo placebo, e o terceiro não tomou nada. Os cientistas aplicaram novamente os testes. Quem tomou o calmante fake ficou mais calmo. Normal.

A surpresa: quem sabia que estava ingerindo placebo também se acalmou (comparando com o terceiro grupo, que não tomou nada). O placebo desmascarado fez 50% do efeito do placebo secreto.

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Fonte 1. Deceptive and open-label placebo effects in experimentally induced guilt. D Sezer e outros, 2022.

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