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Pesquisas sobre crescimento econômico sustentável levam Nobel de Economia

Os americanos William Nordhaus e Paul Romer estudam a economia de mercado interage com a natureza e com o conhecimento

Por Ingrid Luisa
8 out 2018, 19h19

Para equilibrar o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental no planeta, a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento definiu, em 1987, o crescimento sustentável como “o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender às necessidades das gerações futuras”.

Basicamente, crescimento sustentável é o avanço econômico que garante a preservação do meio ambiente e preza pelo desenvolvimento social da população mundial. Aplicado às inovações tecnológicas, esses princípios estão mudando o mercado. E, nos 50 anos do Nobel de Economia, a Academia Real Sueca de Ciências dá o prêmio para dois economistas americanos que propuseram modelos inovadores para essa área.

“Os laureados deste ano desenvolveram métodos para abordar uma das questões mais básicas do nosso tempo: como criamos um crescimento econômico sustentável a longo prazo”, afirmou a Academia no comunicado divulgado hoje, em Estocolmo.

William Nordhaus, de 77 anos, é pioneiro em estudos sobre economia ambiental desde os anos 1970. Ele foi reconhecido por seu trabalho na aplicação de análises econômicas e previsões de mudanças climáticas.

O premiado foi a primeira pessoa a criar um modelo que descreve a interação global entre a economia e o clima, em meados da década de 1990. O modelo utiliza conhecimentos de química, física e economia – para explorar possíveis efeitos da política em questões climáticas

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Enquanto seu próprio país está fora de medidas internacionais para reduzir a emissão de dióxido de carbono, como o Acordo de Paris, foi Nordhaus que criou o método da taxação de carbono (as empresas pagam impostos sobre o carbono emitido na atmosfera). Hoje, a tributação já é generalizada em toda a Europa.

“Suas descobertas ampliaram significativamente a análise econômica, ao criar modelos que explicam como a economia de mercado interage com a natureza e o conhecimento”, disse a Academia.

Já o outro laureado é Paul Romer. Com 62 anos, ele conseguiu demonstrar que o conhecimento pode funcionar como um impulsionador do crescimento econômico a longo prazo.

O trabalho mais influente de Romer, publicado em 1990, lançou as bases da Teoria do Crescimento Endógeno. A tese dele mostra como políticas que promovem pesquisa, desenvolvimento e educação estimulam o desenvolvimento tecnológico – e como isso interfere diretamente na melhoria do mercado. Seus estudos demonstram a importância do investimento em pessoas e idéias para promover o crescimento econômico, numa época em que economistas acreditavam que era impossível influenciar a taxa de inovação tecnológica. Não era.

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E isso se aplica diretamente as teorias de crescimento sustentável: “Muitas pessoas acham que proteger o meio ambiente será tão caro e tão difícil que apenas querem ignorar o problema “, disse ele por telefone na cerimônia de premiação. “Espero que o prêmio hoje possa ajudar a todos a ver que os seres humanos são capazes de realizações incríveis.”

Um fato curioso é que Romer está há anos cotado para ganhar o prêmio. Em 2016, ele chegou a receber o Nobel por engano — a là Miss Colômbia –, mas a Academia logo se retratou informando o erro. Dessa vez não teve erro, ele foi merecidamente premiado.

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