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Pesquisa mostra que animais grandes têm mais câncer, contrariando o “paradoxo de Peto”

O paradoxo de Peto diz que não há relação entre tamanho do corpo da espécie e prevalência de câncer. Mas esse padrão não é encontrado na natureza, segundo um novo estudo.

Por Eduardo Lima
Atualizado em 6 mar 2025, 13h28 - Publicado em 27 fev 2025, 14h00

Um novo estudo, liderado por pesquisadores da Universidade de Reading, no Reino Unido, sugere que, quanto maior o corpo de uma espécie, mais prevalência de câncer ela tem. Os tumores malignos acometem menos os animais menores.

A pesquisa, que analisou o tamanho do corpo e a prevalência de câncer de 263 espécies diferentes, contraria o famoso “paradoxo de Peto”, que afirma que não há relação entre incidência de câncer e tamanho do corpo do animal.

O paradoxo foi batizado em homenagem ao biólogo Richard Peto, o primeiro a apontar essa anomalia estatística em 1977. Animais maiores deveriam ter mais células com DNA, e, portanto, mais chances de apresentar mutações que podem causar câncer no material genético. Faz sentido lógico, mas não é isso que os pesquisadores encontraram em suas observações e estudos. Ninguém tinha encontrado uma associação entre tamanho e tumores malignos – até agora.

A pesquisa, que mostra a falta de evidência para o paradoxo de Peto entre animais vertebrados terrestres, foi publicada no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences.

Evolução anticâncer

Os pesquisadores da Universidade de Reading consultaram os dados de tamanho e prevalência de câncer de 263 espécies de animais, incluindo 31 anfíbios, 79 aves, 90 mamíferos e 63 répteis com escamas.

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Os cientistas identificaram uma associação entre tamanho e incidência de câncer nessas quatro categorias de animais vertebrados terrestres. Quanto maior a espécie, como um elefante, mais prevalentes os tumores malignos.

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Mesmo apresentando a relação entre tamanho e prevalência de câncer, os cientistas também perceberam que algumas espécies que passaram por episódios de crescimento evolutivo acelerado do corpo, como pássaros e mamíferos, foram associadas a uma prevalência menor tanto de tumores malignos quanto benignos.

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Isso acontece porque mecanismos anticâncer são desenvolvidos por meio de adaptação evolutiva. Quando uma espécie vai aumentando de tamanho no decorrer de gerações, ela também tem a oportunidade de desenvolver mecanismos de controle de crescimento de células, para combater a prevalência maior de câncer entre animais maiores.

Esse é o caso dos elefantes: apesar do tamanho, eles têm taxas de câncer bem menores que os seres humanos. Isso acontece por causa de adaptações anticâncer dos animais gigantes. Eles têm 20 cópias de um gene chamado TP53, que identifica se há um trecho de DNA danificado em uma célula. Um Homo sapiens só tem um desses.

Por observação empírica, os pesquisadores mostraram que o paradoxo de Peto não é identificável na natureza, mas que as taxas baixas de câncer em alguns animais gigantes vêm de complexos processos evolutivos para desenvolver sistemas de proteção contra tumores malignos.

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