Como é feita a operação a laser para corrigir a miopia?
Para substituir óculos é preciso queimar células
O laser funciona como uma lixa. Seu papel é aplainar um pouco a superfície da córnea, queimando algumas das células do lugar.
Os míopes têm o olho muito grande e isso faz com que a imagem se forme no lugar errado. A cirurgia, nesse caso, diminui a curvatura do globo ocular. Mas o paciente não pode ter grau de miopia alto demais – o limite para a operação dar certo é de 10 graus. Acima disso, seria necessário corroer um pedaço muito grande da córnea, que ficaria fragilizada. “Ela tem aproximadamente meio milímetro de espessura e o laser nunca tira mais do que a metade disso”, afirma o oftalmologista Elcio Sato, da Universidade Federal de São Paulo.
Atualmente, existem dois tipos de operação. No primeiro, o laser queima a córnea diretamente. Uma técnica mais recente, entretanto, permite uma cicatrização mais rápida. É que, antes de aplicar o laser, o médico levanta a membrana que recobre o olho, colocando-a depois no lugar novamente. Mesmo assim existe um risco de que tudo não saia como o esperado. “Em 10% dos casos, o paciente pode continuar com algum grau mesmo após a cirurgia”, afirma Sato.
Além da miopia, o laser já é usado para resolver vários outros problemas de visão, como hipermetropia, astigmatismo, glaucoma e catarata.
Escultura delicada
O laser deixa a córnea mais achatada.
1. Na cirurgia mais moderna, uma lâmina finíssima corta a membrana protetora do olho, sem desprendê-la completamente.
2. O laser é aplicado sobre a córnea. O feixe concentrado de luz só atua na superfície, não penetra no globo ocular.
3. Para facilitar a cicatrização, a membrana é recolocada no lugar. Em 90% dos casos, a operação resolve o problema.