O feijão contém alto teor de ferro, componente importante na dieta do ser humano. Por isso, é muito consumido no Brasil (são 16 quilos por habitante por ano) e em vários outros países sul-americanos. O feijão tem também um efeito colateral muito conhecido: sua ingestão provoca um acúmulo de gases no sistema digestivo. Daí, você traça aquela big feijoada no sábado e… pum. Haja paciência para agüentar tanta flatulência. Pois um grupo de pesquisadores da Venezuela, liderados por Marisela Granito, da Universidade Simón Bolívar, achou uma solução para esse problema. Eles começaram o estudo porque cada vez menos gente quer saber de feijão por lá. Tradições culinárias locais, como o pabellon creollo, cozido feito com feijões, arroz, molho de tomate, carne e bananas, têm popularidade cada vez menor por causa dos incômodos odores pós-consumo. Marisela explica que 95% das substâncias responsáveis pela formação de gases – derivados de açúcares e fibras alimentares solúveis – podem ser eliminadas do feijão se os grãos forem fermentados antes de ser colocados à venda, tanto em pacotes como a granel. Por isso, ela criou um feijão pré-fermentado que não causa flatulência. Para tanto, ela colocou microorganismos junto com os grãos num ambiente sem oxigênio, para que os bichinhos destruam essas substâncias indesejadas sem alterar o produto. Ou melhor, mudando o gosto só um pouquinho (os processos de fermentação deixam um sabor azedo). A equipe responsável pela pesquisa garante que a mudança é imperceptível, pois os temperos normalmente usados no cozimento, como alho e cebola, se encarregam de mascarar a variação. O feijão antipum foi testado por consumidores, que disseram não ter sentido nada de diferente… no sabor. É mais um lançamento perfeito para as “Indústrias de Alimentos Tabajara”.