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O exterminador de filas

Os microchips prometem revolucionar o mundo das compras.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h46 - Publicado em 31 dez 2003, 22h00

Alessandro Greco

Bip, bip, bip. O caixa do supermercado registra o produto. É o velho e bom código de barras em ação, mas o bip-bip está com os dias contados. Em breve, você vai simplesmente pegar seus produtos na prateleira, colocar no carrinho e sair andando do supermercado.

Não se trata de um utópico mundo comunista onde tudo é grátis. Você vai pagar a compra. Só que, com o Código Eletrônico de Produto (CEP), uma espécie de supercódigo de barras, o débito será feito de forma diferente: um sensor colocado na saída irá reconhecer o cartão de crédito em sua carteira, registrar quais produtos (todos ao mesmo tempo) você pegou e mandar a conta no dia 10. Ao chegar em casa e colocar as compras na geladeira, seu eletrodoméstico inteligente saberá o que você acabou de fazer. E poderá lembrar-lhe que seu estoque de, digamos, Chimarrão-Cola está baixo.

Por trazer controle absoluto de compras e vendas, o CEP já causa uma revolução no comércio: há seis meses, a maior cadeia de supermercados do mundo, a Wal-Mart, deu um ultimato aos seus 100 maiores fornecedores (que respondem por 50% dos produtos vendidos). Em 2005, tudo tem de possuir o supercódigo. Ou se arriscam a perder o cliente Wal-Mart. O sistema foi desenvolvido pelo MIT (Estados Unidos) e universidades de Cambridge (Inglaterra) e Adelaide (Austrália) em parceria com gigantes da indústria como Gillete e Johnson&Johnson.

Um dos perigos apontados pelos críticos da mudança está no fato de cada CEP ser único, como um RG. Mas, como ele emite informações via rádio, pode ser seguido pelo mundo. O governo americano testou na Guerra do Iraque: todos os itens embarcados, de pesados tanques a litros de leite longa-vida, possuíam o chip. Os generais sabiam onde estavam os equipamentos e exatamente quando iriam chegar.

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Assim, o supermercado saberá que você comprou uma lata específica. Imagine alguém saber onde você está por causa do chip de sua caneta ou do chocolate em seu bolso. Uma das soluções sugeridas para manter a privacidade é destruir o chip na hora da compra. O chato é que, nesse caso, a geladeira não vai conseguir te avisar: “Perigo: Chimarrão-Cola acabando”.

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Entenda o supercódigo de barras

Veja como esse microchipvai mudar sua vida

1. FÁBRICA DE CHIMARRÃO-COLA

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Cada lata de refrigerante recebe um chip do tamanho de um grão de areia. Os produtos passam sob um ativador dos chips e começam a emitir sinais de rádio. O comprador pode rastrear seus produtos a qualquer momento

2. VENDINHA DA ESQUINA

Não é necessário dar entrada de Chimarrão-Cola no estoque, pois um sensor na porta faz isso automaticamente. Outros sensores espalhados “conversam” com o computador central sobre o que está acontecendo nas prateleiras

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3. PAGAMENTO FACILITADO

Agora vem o melhor: nada de filas. É só pegar as compras e passar, com o cartão no bolso, pelo sensor na saída do mercado

4. LAR, DOCE LAR

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Se você tiver uma geladeira esperta, ela vai facilitar bastante sua vida

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