Nosso cérebro processa vogais e consoantes em área separadas
Não é só nos livros de ortografia que há distinção: o cérebro conhece bem o bê-á-bá
Uma pesquisa da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, mostrou que a diferença entre esses dois tipos de letra está gravada no fundo do cérebro, que os processa em áreas separadas.
Os cientistas perceberam isso graças a uma infelicidade, pois testaram dois pacientes com lesões em duas regiões cerebrais. O resultado foi surpreendente – enquanto um dos doentes trocava uma vogal pela outra, mas não confundia as consoantes, o outro falhava nas consoantes, acertando as vogais.
Ficou claro que esses dois tipos de letra são processados em lugares diferentes. “É mais uma peça que se coloca no quebra-cabeça da linguagem humana“, disse o neurologista Alfonso Caramazza, um dos autores da experiência.
Trocando as letras
Os pacientes tiveram que repetir a palavra salire – subir, em italiano. Veja como cada um se saiu
Lobo parietal
O sujeito com lesão aqui teve o processamento das vogais prejudicado. Dizia solire, em vez de salire.
Giro supramarginal
O paciente com danos nesta região dizia savite, em vez de salire. Ou seja, trocava as consoantes.