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Nave que deve salvar os astronautas presos no espaço chega a estação

O foguete subiu ao espaço com dois lugares vagos, reservados para os dois astronautas presos desde junho na estação espacial por uma falha na nave da missão

Por Manuela Mourão
Atualizado em 30 set 2024, 19h01 - Publicado em 30 set 2024, 19h00

A tão esperada carona de volta chegou. Os astronautas Suni Williams e Butch Wilmore, presos na Estação Espacial Internacional desde junho deste ano, receberam neste sábado (28) a nave que os trará de volta para casa ano que vem. Lançado pela Nasa e SpaceX, o foguete saiu de Cabo Canaveral, na Flórida.

Com uma tripulação reduzida, a cápsula Dragon decolou com dois, de seus quatro lugares, vazios, para resgatar a dupla que está presa no espaço desde que a primeira missão tripulada da empresa Boeing falhou. 

A princípio, Williams e Wilmore só ficariam oito dias em órbita, mas a Starliner, nave que realizou a viagem, indicou problemas nos propulsores e um vazamento de hélio. Por isso, a NASA optou por realizar o retorno sem passageiros, e o foguete retornou, desocupado, no início deste mês à Terra. 

Dragon, que levou dois novos astronautas ao espaço, Nick Hague, da NASA, e Alexander Gorbunov, da Agência Espacial Russa, deve ficar acoplada à estação até o final de fevereiro do ano que vem, quando está agendada para regressar. 

Uma volta prévia a isso não é possível, pois, segundo a NASA, interromperia outras missões já programadas. Porém, a chegada dos novatos significa a volta de uma equipe de quatro outros astronautas que estavam na estação desde março deste ano, abaixando o número de hóspedes espaciais para o comum: sete pessoas. O quarteto deve voltar já no fim desta semana, em sua própria nave da SpaceX – o grupo teve que estender a estadia em um mês, por conta da confusão inicial. 

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“Só quero dar as boas-vindas aos nossos novos compadres”, disse Williams, a comandante da estação espacial, assim que Gorbunov e Hague flutuaram para dentro e foram recebidos pelos outros nove astronautas. Quando finalmente retornarem ao globo, os “náufragos” terão passado oito meses na base.

A empresa americana costuma fazer um rodízio das pessoas presentes na estação a cada seis meses e a SpaceX vem realizando o serviço de táxi desde que lançou sua primeira missão tripulada em 2020. A entrada na companhia Boeing, famosa por seus aviões, é recente, e Jim Free, um dos administradores da NASA, disse que estão longe de cancelar os trabalhos com ela. 

Durante esse período no espaço, a equipe deve realizar mais de 200 experimentos científicos, que variam desde estudos sobre a coagulação sanguínea e a visão dos astronautas no espaço até a umidade das plantas cultivadas fora da Terra.  

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O que aconteceu?

Em julho, a Estação Espacial Internacional (ISS) registrou falhas em cinco dos 28 propulsores da cápsula, levando os astronautas a permanecerem mais tempo na estação para tentarem consertá-la. A NASA decidiu não utilizar a nave para o retorno, priorizando a segurança dos tripulantes. 

Assim, a cápsula voltou quase três meses após o planejado e vazia, sem Williams e Butch, permanecem abrigados na ISS. Para o retorno, a espaçonave usou pulsos curtos de propulsor, minimizando o risco de superaquecimento, um problema que afetou o desempenho em junho. Apesar de vazamentos de hélio no sistema de propulsão, engenheiros da Boeing e da NASA afirmam que ainda existia hélio suficiente para o retorno seguro da nave.

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