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Missão: desviar um asteroide

Cientistas trabalham freneticamente para impedir que um bólido celeste nos mate do mesmo modo que os dinossauros foram extintos

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h52 - Publicado em 12 fev 2011, 22h00

Tem gente que não gosta de admitir, mas a verdade é que um dia encontraremos pela frente um asteroide doido de vontade de detonar tudo aqui na Terra. A única questão ainda em aberto é – quando?

Já aconteceu antes. Os dinossauros que o digam. Naquela ocasião, 65 milhões de anos atrás, um bólido gigante – não se sabe se era asteroide ou cometa – se chocou com nosso planeta e abriu uma enorme cratera, agora escondida sob as águas do golfo do México. Vaporizou tudo a seu redor, causou incêndios num raio de centenas de quilômetros, provocou terremotos espalhados por todo o globo e levantou poeira suficiente para esconder o Sol durante semanas. Sem luz suficiente, muitas plantas morreram. Sem elas, a cadeia alimentar foi toda para o beleléu. No topo dela, estavam os dinossauros. Não sobrou um para contar a história.

Episódios como esse, envolvendo a colisão de um objeto com colossais 15 a 20 quilômetros de diâmetro, acontecem uma vez a cada 100 milhões de anos, em média. Então, o risco de testemunharmos logo uma repetição do que aconteceu com os dinos é bem baixo. Essa foi a boa notícia. A má notícia é que não é preciso um asteroide desse tamanho para ameaçar a sobrevivência da civilização. Segundo os cientistas, 1 quilômetro de diâmetro basta para botar pra quebrar em escala planetária. Uma pancada dessas acontece uma vez a cada 500 mil anos.

E a outra má notícia é que, para um estrago em escala local, sem detonar a humanidade, mas potencialmente arrancando um belo naco dela, basta um bólido de 50 a 100 metros. E um desses costuma adentrar a atmosfera terrestre a cada 1 000 anos. O último de que temos notícia colidiu com a Terra em 30 de junho de 1908. Após explodir na atmosfera, o objeto produziu uma onda de choque que devastou 2 mil quilômetros quadrados de floresta em Tunguska, na Sibéria. Se o impacto tivesse ocorrido sobre uma região povoada, teríamos uma tragédia nas mãos.

Ok, já vimos que a coisa é séria. Pergunta que não quer calar: há algo que possamos fazer a respeito?

Nave-guincho

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Uma série de estratégias vem sendo sugerida por pesquisadores para o caso de termos de desviar um asteroide de uma rota de colisão com a Terra. Para funcionar, praticamente todas elas precisam de uma coisa: aviso prévio. De preferência, com décadas de antecedência.

O legal é que isso é praticável. Astrônomos do mundo inteiro trabalham incessantemente para descobrir o maior número de asteroides que cruzam ou se aproximam da Terra e podem oferecer perigo num momento futuro.

Exemplo: um grupo de astrônomos já calculou que um asteroide chamado Apophis, com 320 metros de diâmetro, vai passar raspando pela Terra – a cerca de 30 mil quilômetros de nós, menos de um décimo da distância até a Lua – no ano de 2029. Para a passagem seguinte, marcada para 2035, há 0,1% de risco de uma colisão. É baixo, mas já motivou gente a pensar num jeito de desviá-lo.

Pensando nele, os astronautas americanos Edward Lu e Stanley Love tiveram uma ideia que equivale à criação de um “guincho espacial” – uma espaçonave pesadona, com umas 20 toneladas, que seria lançada na direção do Apophis e ficaria ali, perto dele, usando um poderoso motor movido a energia nuclear durante um ano para evitar “cair” no asteroide. O efeito disso é que, só com a força gravitacional exercida pela navezona sobre o bólido celeste, seria possível desviá-lo de sua trajetória, evitando a colisão futura.

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Eles acham que, levando em conta o baixo, mas real, risco de colisão futura, a Nasa deveria cogitar uma missão-teste.


Grande Ideias

Outras técnicas para desviar um asteroide

Pintá-lo de branco:
A mudança da superfície aumentaria a reflexão da luz solar, que por sua vez mudaria levemente a órbita do asteroide, impedindo o impacto com a Terra.

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Instalar um motor nele:
Uma das ideias envolve simplesmente plugar um motor de foguete poderoso no asteroide e contar que seu disparo desvie o curso do bólido.

Jogar bilhar cósmico:
Desviar outro asteroide próximo para que ele colida com o asteroide-alvo, fazendo-o em pedaços antes que colida com a Terra.

Explodir uma bomba nuclear:
Técnica mais crua, envolveria a explosão precisa de bombas de hidrogênio, de forma que a onda de choque desvie o asteroide de seu curso.

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