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Mandíbula encontrada em Taiwan ajuda a entender os denisovanos

Ainda não há muitos fósseis desses primos perdidos — que conviveram com neandertais e sapiens algumas dezenas de milhares de anos atrás.

Por Eduardo Lima
17 abr 2025, 19h00

No fundo do mar, em Taiwan, havia uma mandíbula. O osso não era de peixe, nem de golfinho, tampouco de gente. Mas, dos três palpites, “gente” é o melhor: o osso pertenceu a um denisovano, um misterioso hominídeo descoberto em 2010 que conviveu com humanos neandertais há algumas dezenas de milhares de anos.

A gente sabe muito pouco sobre essa espécie, identificada pela primeira vez na caverna de Denisova, na Sibéria (daí o nome). Os fósseis são raros, por isso cada nova descoberta é comemorada pela comunidade científica. Sabemos que os denisovamos eram muito parecidos conosco geneticamente — o suficiente para os sapiens da época terem feito bebês híbridos com eles. 

O fóssil foi descoberto por pescadores no canal de Penghu, que separa as pequenas ilhas de Penghu da grande ilha de Taiwan. Ele é provavelmente o registro fóssil mais completo que já foi identificado como denisovano.

A mandíbula pertenceu a um homemque viveu há, pelo menos, 10 mil anos. O osso é bem grande, com molares enormes e poderosos. A descrição do fóssil saiu em um artigo publicado no periódico especializado Science.

Se adaptam com facilidade

A escassez de fósseis é tão grande que não dá para saber com muita certeza qual era a aparência dos denisovanos. Duas mandíbulas já foram encontradas, e agora pode-se dizer com mais certeza que esses hominídeos tinham um maxilar proeminente, com dentes grandões.

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Claro que o sonho dos cientistas é um crânio completo e um esqueleto, mas enquanto isso não aparece, uma mandíbula em bom estado de preservação é mais que bem-vinda.

É provável que o fóssil date de algum dos períodos glaciais em que o canal de Penghu esteve acima do nível do mar (caso contrário, não haveria um ser humano ali). Isso quer dizer que esse hominídeo pode ter vivido entre 10 mil e 70 mil anos atrás, ou mesmo entre 130 mil e 190 mil anos atrás.

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Não deu para recuperar DNA do fóssil da mandíbula, mas eles conseguiram extrair proteínas. Esses aminoácidos foram sequenciados e usados para comprovar que o osso pertenceu, sim, a um denisovano.

Um aspecto importante dessa descoberta é perceber como os denisovanos estavam espalhados geograficamente.

Eles foram descobertos no norte do hemisfério norte, na Sibéria, e já foram encontrados nas altitudes elevadas do Tibete, onde precisavam aturar temperaturas de −30 °C. Já no Sudeste Asiático, onde a nova mandíbula foi encontrada, o clima era bem mais ameno. Capacidade de adaptação impressionante.

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A descoberta ajuda a fortalecer a hipótese de que os denisovanos, na verdade, pertencem à espécie Homo longi, que suspeita-se ser dona de um crânio de pelo menos 146 mil anos encontrado no nordeste da China. Se esses fósseis pertencem à mesma espécie ou não, é uma pergunta que só futuras descobertas vão poder responder.

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