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Inteligência artificial é usada para detectar tráfico de animais

Cientistas da Austrália treinaram um algoritmo para reconhecer modelos digitais em 3D e identificar bichos contrabandeados em pacotes.

Por Leo Caparroz
26 set 2022, 19h08

Pesquisadoras australianas desenvolveram uma nova possibilidade de controle de tráfico de animais. Em seu estudo, elas descrevem como usam de inteligência artificial e “tomografias em tempo real” para identificar contrabandos em linhas de frente internacionais, como centros postais e aeroportos.

A pesquisa documenta várias espécies da vida selvagem com a técnica de imagem da “tomografia em tempo real” para construir uma base de dados para um algoritmo. As cientistas usaram uma série de raios X para digitalizar um animal, produzindo uma imagem tridimensional dele – que era usada para treinar a inteligência artificial. Dessa forma, ao escanear uma mala ou pacote, o algoritmo alertará a infração. 

Foram usadas um total de 294 varreduras de 13 espécies de lagartos, pássaros e peixes ​​para desenvolver a inteligência artificial, com uma taxa de detecção de 82% e alarme falso em apenas 1,6% das vezes.

Atualmente, a inspeção do tráfico de vida selvagem depende da detecção humana. A nova ferramenta foi projetada para complementar essas medidas, e tornar os esforços de controle das fronteiras mais eficientes.

De acordo com as pesquisadoras, os traficantes podem frequentemente adaptar seus comportamentos para fugir das autoridades. Sendo assim, soluções inovadoras e adaptáveis têm um papel crucial no apoio às técnicas de detecção existentes.

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“Qualquer esforço para acabar com essa atividade terrível é um passo na direção certa, e o potencial de detecção 3D nos permite adaptar e evoluir com a forma como os traficantes podem mudar seus comportamentos”, escrevem ao site de divulgação científica The Conversation.

O contrabando de espécies ocorre nas duas direções: animais como cobras, tartarugas e peixes também são trazidos para a Austrália. O que pode atrapalhar as indústrias agrícolas do país ao introduzir pragas e doenças. Além disso, a introdução de espécies invasoras pode ameaçar os frágeis ecossistemas nativos.

“Isso traz riscos significativos de biossegurança”, afirmam as pesquisadoras. A propagação de zoonoses, por exemplo, envolve fundamentalmente o contágio de um humano por um animal, e os riscos são maiores para “pessoas que lidam com animais selvagens estressados”, como acontece com espécimes contrabandeadas.

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Além de claros maus-tratos aos animais, doenças estrangeiras podem entrar de penetra no país, e espécies invasoras costumam bagunçar o equilíbrio do ecossistema. As cientistas acreditam que essa nova ferramenta será uma soma importante ao arsenal australiano contra essa indústria “cruel e desumana”.

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