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Instituto dará prêmio para quem resolver este desafio de xadrez

Mas um detalhe: nenhum computador foi capaz de solucioná-lo

Por Guilherme Eler
Atualizado em 11 mar 2024, 14h28 - Publicado em 14 mar 2017, 16h02

Que Kasparov não nos ouça, mas normalmente estamos muito atrás dos computadores em exercícios ligados ao raciocínio lógico. Essa vantagem está na velocidade de processamento da informação, bem maior nos cérebros eletrônicos. Mas um problema de xadrez que foi tratado como impossível de ser solucionado pelas máquinas pode dar nova vida à disputa – e também ajudar a explicar o quão poderosa pode ser a consciência humana.

O cenário proposto traduz uma situação muito difícil de ser revertida. No tabuleiro, o lado branco só conta com o rei e mais quatro peões, tão encurralados pelas peças adversárias que a inteligência artificial decreta fim de jogo. Isso acontece porque mesmo as máquinas mais potentes seriam incapazes de calcular todos os movimentos possíveis dos bispos pretos. É o que afirmou Sir Roger Penrose, professor emérito do Instituto de Matemática de Oxford e fundador do Penrose Institute, em entrevista ao jornal britânico The Telegraph.

Além de dividir o Prêmio Wolf de física de 1988 com ninguém menos que Stephen Hawking, Penrose é também o criador desse dilema lógico. Ele defende que, ainda assim, é possível para um oponente de carne e osso conseguir um empate, ou até mesmo bolar uma armadilha para a vitória. Jogadores humanos, em uma breve análise do tabuleiro, seriam capazes, por exemplo, de eliminar de cara situações que os computadores demorariam várias simulações para descartar. “As pessoas ficam depressivas ao pensar que no futuro robôs ou computadores vão roubar seus empregos, mas há áreas em que os computadores nunca serão melhores que nós, como na criatividade”, disse o cientista.

E foi mesmo em uma estranha demonstração de criatividade que o Deep Blue, computador desenvolvido pela IBM, conseguiu vencer Garry Kasparov em 1997. O campeão mundial de xadrez era capaz de estar até 15 movimentos à frente de seu oponente, mas não conseguiu prever a 44ª jogada feita pelo computador. Decisiva para a vitória que decretou a superação da máquina pelo homem, o lance de mestre foi fruto, quem diria, de uma falha. A história foi contada no documentário O Homem e a Máquina, produzido pela FiveThirtyEight e ESPNFilms.

A primeira pessoa criativa o suficiente para demonstrar formalmente a solução do desafio, ganhará um prêmio do Instituto Penrose. As respostas devem ser enviadas para o e-mail puzzles@penroseinstitute.com.

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