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Fraude de empresa americana causa prejuízo de US$ 700 milhões à Nasa

Fabricante de peças de alumínio falsificou relatórios de testes – e levou duas missões espaciais ao fracasso

Por Rafael Battaglia
Atualizado em 2 Maio 2019, 17h32 - Publicado em 2 Maio 2019, 17h17

Golpes e fraudes podem acontecer com qualquer um – até com a Nasa. Na última terça (30), a agência espacial norte-americana divulgou um relatório que mostra que falhas em duas missões, ocorridas no começo dos anos 2010, foram causadas por materiais defeituosos fornecidos por um fabricante de alumínio.

A investigação da Nasa revelou que a Sapa Profiles alterou o resultado de testes e falsificou os certificados de seus produtos empregados no foguete Taurus XL, que a agência usou em duas missões fracassadas: a do Observatório Orbital de Carbono (OCO) e a do satélite Glory.

O lançamento do OCO aconteceu em 2009. Ele foi projetado para monitorar o dióxido de carbono (CO2) na atmosfera da Terra, para entender melhor as mudanças climáticas do planeta. Um substituto, o OCO-2, entrou em órbita em 2014.

Já a falha com o Glory aconteceu em 2011. O satélite, assim como o OCO, também fora criado para ajudar no monitoramento do clima na Terra. Ele iria coletar uma série de dados a longo prazo: propriedades químicas da atmosfera, irradiação solar e concentração de aerossóis.

Em ambos os casos, a falha aconteceu porque a carenagem (envoltório protetor dos satélites) não conseguiu se separar do restante para que o equipamento seguisse viagem, o que fez com que eles caíssem, gerando um prejuízo de US$ 700 milhões para a Nasa.

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O buraco é mais embaixo

Os acidentes atrapalharam significativamente o programa de ciências da Terra da agência espacial, e o avanço das investigações acabou incluindo não só outros departamentos da Nasa, como também o Departamento de Justiça dos EUA.

O trabalho conjunto destes órgãos chegou a uma conclusão preocupante. A Sapa falsificou milhares de certificações nos últimos 19 anos. Estima-se que centenas de clientes tenham sido prejudicados com isso.

No fim das contas, a fabricante de alumínio deverá pagar US$ 46,5 milhões para compensar os danos causados. A Nasa já suspendeu o contrato com a empresa, e há a possibilidade de a agência espacial não trabalhar mais com ela.

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