Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Semana do Cliente: Revista em casa por 9,90

Fóssil de peixe indica que hominídeos cozinhavam há 780 mil anos em Israel

Pesquisadores também investigaram a que temperatura os peixes teriam sido expostos. É a evidência mais antiga desse uso do fogo.

Por Luisa Costa
17 nov 2022, 17h07

Pesquisadores da Universidade de Tel Aviv e outras instituições de pesquisa israelenses afirmam que encontraram a evidência mais antiga da utilização do fogo para o cozimento de alimentos. Trata-se  de fósseis de peixes que teriam virado comida há 780 mil anos. As descobertas foram publicadas na revista Nature Ecology & Evolution.

Até então, a primeira evidência do uso de fogo com esse objetivo era bem mais nova. 600 mil anos mais nova, referente ao cozimento de raízes, na África do Sul. O estudo atual indica o cozimento de peixes em Gesher Benot Ya’aqov, no nordeste de Israel.

Aprender a cozinhar é um grande evento na história humana. Isso tornou os alimentos mais fáceis de serem mastigados e digeridos, o que teria contribuído para nossa expansão pelo mundo. Mas esse é um tema que gera controvérsias entre os arqueólogos, porque é difícil provar, por exemplo, que uma antiga fogueira foi usada para preparar comida, e não para outros fins.

Neste caso, os pesquisadores investigaram a quais temperaturas os peixes teriam sido expostos. “Nós não sabemos exatamente como os peixes eram cozidos”, afirma o arqueólogo Jens Najorka, do Museu de História Natural de Londres. “Mas dada a falta de evidências para a exposição a altas temperaturas, está claro que os peixes não foram jogados no fogo como lixo ou material para alimentar a fogueira.”

A autora principal do estudo, Irit Zohar, trabalha há 16 anos fazendo pesquisas em Gesher Benot Ya’aqov, um local próximo às margens do Rio Jordão e ao antigo Lago Hula. Há pedras queimadas e outras evidências que indicam que rolavam fogueiras por lá. E Zohar encontrou vários dentes de peixes em uma área. (Sim, só dentes.)

Continua após a publicidade

Segundo os pesquisadores, essa seria uma pista para o cozimento dos peixes, porque seus ossos amolecem e se desintegram em temperaturas abaixo de 500 °C – mas os dentes não. E a maioria deles pertencia a duas espécies, semelhantes a carpas, relativamente grandes: com até 2 metros de comprimento. Supostamente ideais para virar comida.

A equipe também investigou o esmalte dos dentes com uma técnica de raio X que mostrou como o material mudou a partir de variações de temperatura – e, então, comparou com outros fósseis de peixe. Eles afirmam que, assim, descobriram que os dentes foram expostos a uma temperatura entre 200 °C e 500 °C – a temperatura certa para o cozimento.

Os arqueólogos também puderam reconstruir, pela primeira vez, a população de peixes do antigo Lago Hula e identificar espécies extintas de peixes semelhantes a carpas. Segundo a equipe, a grande quantidade de restos de peixes encontrados no local indica seu consumo frequente pelos hominídeos que lá viviam.

Continua após a publicidade

“Essas descobertas demonstram não apenas a importância dos ambientes aquáticos e de seus peixes para o sustento dos homens pré-históricos”, afirma Zohar. “Elas também ilustram a habilidade de controlar o fogo para cozinhar, e a compreensão [daqueles hominídeos] sobre os benefícios de cozinhar os peixes antes de comê-los.”

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Enquanto você lê isso, o [b] mundo muda [/b] — e quem tem [b] Superinteressante Digital [/b] sai na frente. Tenha [b] acesso imediato [/b] a ciência, tecnologia, comportamento e curiosidades que vão turbinar sua mente e te deixar sempre atualizado

Enquanto você lê isso, o [b] mundo muda [/b] — e quem tem [b] Superinteressante Digital [/b] sai na frente. Tenha [b] acesso imediato [/b] a ciência, tecnologia, comportamento e curiosidades que vão turbinar sua mente e te deixar sempre atualizado

OFERTA RELÂMPAGO

Digital Completo

Enquanto você lê isso, o mundo muda — e quem tem Superinteressante Digital sai na frente. Tenha acesso imediato a ciência, tecnologia, comportamento e curiosidades que vão turbinar sua mente e te deixar sempre atualizado
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 1,99/mês
ECONOMIZE ATÉ 63% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Superinteressante todo mês na sua casa, além de todos os benefícios do plano Digital Completo
De: R$ 26,90/mês
A partir de R$ 9,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$1,99/mês.