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Exoplaneta com potencial para abrigar vida encontrado a “só” 19,7 anos-luz da Terra

HD 20794 d tem uma órbita excêntrica que passa pela zona habitável de sua estrela, onde pode haver água em estado líquido.

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 jan 2025, 11h52 - Publicado em 31 jan 2025, 11h50

Pesquisadores da Universidade de Genebra e do grupo de pesquisa multidisciplinar NCCR PlanetS, também sediado na Suíça, anunciaram a descoberta de um exoplaneta potencialmente habitável localizado a 19,7 anos-luz da Terra. A descoberta saiu no periódico Astronomy & Astrophysics.

Embora essa distância ainda seja intransponível com a tecnologia aeroespacial atual, ela é ínfima em comparação à maior parte dos outros destinos cósmicos. Por exemplo: Gliese 12 b, um outro humilde rochedo aparentemente apto a abrigar vida, fica a 40 anos-luz de nós.  

O planeta recém-descoberto, batizado com o código pouco lisonjeiro HD 20794 d, têm uma órbita excêntrica — e não é no sentido Supla da coisa. Para os astrônomos, “excêntrico” é um termo técnico que indica que o trajeto do planeta ao redor de sua estrela é extramemente elíptico; oval.

Nosso amigo HD 20794 d se alterna entre momentos de grande aproximação da estrela (quando a superfície esquenta um bocado) e de grande afastamento (quando a coisa fica mais gelada que o coração da morena).

Existe uma unidade de medida chamada Unidade Astronômica (UA) que corresponde à distância entre a Terra e o Sol. A órbita de HD 20794 d atinge 0,75 UA no ponto mais próximo da estrela (a distância Vênus-Sol) e 2 UA no ponto mais distante (um pouco mais que a distância Marte-Sol).

Isso não acontece com a Terra, já que a órbita do nosso condomínio cósmico não é muito excêntrica. Embora todo planeta percorra um caminho elíptico, a nossa elipse é bem arredondada, quase um círculo. As estações do ano são culpa de outro fenômeno: a inclinação do eixo de rotação.

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Essa estabilidade nos mantêm sempre dentro da zona habitável do Sol, a região nem-tão-próxima-nem-tão-distante onde faz um calorzinho ideal para haver água líquida e vida como a conhecemos.

O astro recém-descoberto, porém, entra e sai de sua zona habitável ao longo do ano, que dura mais de 600 dias. Isso significa que, caso haja água em sua superfície, ela se alterna entre o estado sólido e o líquido.

Ainda é impossível saber como, exatamente, a variação na órbita impacta o clima do planeta, já que tudo depende das características de sua atmosfera. Uma grande concentração de gases de efeito estufa, por exemplo, pode ajudar a reter calor e impedir que o frio se torne insuportável em dias mais marcianos.

A saga dos exoplanetas

A primeiro planeta localizado em outro sistema estelar foi descoberto em 1995 por dois pesquisadores da própria Universidade de Genebra, Michel Mayor e Didier Queloz, que ganharam o Nobel de Física de 2019. Ou seja: a instituição tem tradição na área. Desde então, mais de 7 mil deles foram catalagados.

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O problema é que extremamente difícil obter informações detalhadas sobre exoplanetas. Tradicionalmente, os astrônomos inferem o tamanho desses corpos celestes a partir da sombra que eles fazem quando passam na frente de suas estrelas, mas é um desafio observá-los diretamente.

HD 20794 d é um planeta interessante porque está próximo o suficiente da Terra para que alguns telescópios high tech consigam vê-lo, como o Telescópio Extremamente Grande (ELT) do Observatório Europeu do Sul (ESO), que está sendo construído no Deserto do Atacama, no Chile.

Usando um instrumento chamado espectógrafo, capaz de decompor e analisar a luz que atravessa a atmosfera o planeta, será possível obter informações sobre sua composição química. Seria um baque encontrar oxigênio, é claro.

Mas é bom lembrar que esse gás não é pré-requisito para a existência de vida, e que a própria Terra não tinha quantidades relevantes de O2 em sua atmosfera quando surgiram os primeiros microorganismos. Há muitas caminhos metabólicos possíveis para ganhar a vida por aí — life finds a way

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