Exames de urina podem substituir papanicolau no futuro
Uma promissora pesquisa pode ajudar, no futuro, a prevenir casos de câncer no colo de útero, o terceiro mais comum entre mulheres no Brasil.
O exame de Papanicolau é um teste importante. Desenvolvido pelo médico romeno Georgios Papanicolaou nos anos 1940 (daí, claro, o nome), ele serve como prevenção para o câncer do colo de útero, o terceiro mais comum entre mulheres no Brasil.
O teste é responsável por detectar até 75% dos casos deste tipo de doença. Por isso, costuma ser recomendado que todas as mulheres em idade reprodutiva façam o Papanicolau anualmente. O lado ruim, claro, é que o exame não é exatamente confortável, e é um tanto invasivo. Trata-se, afinal, de uma leve raspagem do tecido do colo do útero para análise.
Mas um novo estudo pretende criar uma alternativa que facilite esse procedimento – com um simples exame de urina.
Publicada no final de abril, a pesquisa vem da Universidade de Manchester, no Reino Unido. Os cientistas desenvolveram um método simples para detectar o HPV na urina dos pacientes. O HPV (sigla, em inglês, para Papilomavírus Humano) é um vírus, em geral transmitido sexualmente, e que é um dos principais causadores desse câncer.
O teste coletou amostras de urina de 104 participantes e foi tão eficaz quanto o papanicolau na hora de detectar tipos de alto risco do HPV, envolvido em praticamente 100% dos casos da doença.
O objetivo da pesquisa é disseminar o exame alternativo em países pobres, onde quase ninguém tem acesso regular ao exame convencional. Nesses lugares, o câncer de colo de útero chega a ser 15 vezes mais comum que a média.
No futuro, esse auto-teste pode se tornar um método de prevenção eficaz, rápido – e barato. Mas, por ora, ainda é preciso realizar o papanicolau. Vale a recomendação do Ministério da Saúde: válido a partir dos 25 anos, o exame precisa ser feito anualmente nas duas primeiras vezes. Depois, de três em três anos.