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Estudo mostra o futuro da evolução humana – e ele não é ruim

Menos doenças cardiovasculares e resistência à malária podem estar no nosso caminho.

Por Lucas Baranyi
Atualizado em 26 fev 2018, 12h07 - Publicado em 23 fev 2018, 17h19

Você pode não ver – porque essas mudanças demoram muito, muito tempo para tornarem-se perceptíveis -, mas a humanidade está mudando. E segundo uma nova pesquisa publicada no periódico Nature Ecology and Evolution, algumas dessas mudanças na nossa evolução são bem curiosas – como a diminuição da nossa tolerância à álcool. Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia analisaram os genomas de 2,5 mil pessoas de 26 populações ao redor do mundo, utilizando dados coletados pelo Projeto 1,000 Genomas.

Estas foram as descobertas mais curiosas:

Tolerância à álcool

Cientistas encontraram modificações na ADH, o grupo de enzimas desidroginases – responsáveis por quebrar as partículas de álcool, metabolizando-as. Nosso corpo, porém, parece estar criando novas variantes de ADH que afetam nossa tolerância e a habilidade do corpo de metabolizar os bons drinks. Em poucas palavras, isso significa que a ressaca pode vir, no futuro, com uma facilidade muito maior – e depois de uma quantidade de bebida muito menor. O estudo aponta que talvez as gerações do futuro não apreciem tanto uma cervejinha quanto nós. Essas alterações, porém, só foram observadas até agora no leste da Ásia e no oeste da África.

Resistência à malária

Em regiões da Ásia e África, regiões mais afetadas pela doença, os pesquisadores encontraram uma grande adaptação relacionada à glicoforina, proteína presente nos glóbulos vermelhos do sangue – que são afetados pela malária. A substância é essencial na resistência à doença – o que pode significar que estamos tentando desenvolver defesas contra o mal. O mosquito transmissor da doença vive justamente nas regiões em que as mutações foram mais comuns.

Diminuição de doenças cardiovasculares

Em altas quantidades, um aminoácido chamado homocisteína pode causar doenças cardiovasculares. Na Europa, os pesquisadores perceberam que genes relacionados à quebra da homocisteína estão aumentando em parte da população – o que pode resultar, no futuro, em uma taxa menor d e infartos e AVCs. Segundo dados de 2017, 3,9 milhões de europeus morrem anualmente por conta destas condições.

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