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Estudo desvenda como mulher viveu até os 117 anos

Maria Morera chegou a essa idade com variáveis genéticas raras e microbiota parecida com a de uma criança.

Por Eduardo Lima
Atualizado em 14 mar 2025, 10h29 - Publicado em 13 mar 2025, 19h00

Maria Branyas Morera era a mulher mais velha do mundo até agosto de 2024, quando morreu com 117 anos. Ela nasceu nos Estados Unidos, estava morando na Espanha. Ela atribuía sua longevidade à sorte, boa genética, tranquilidade, contato com a natureza, falta de remorsos e distância de pessoas tóxicas. Agora, um estudo mostrou que em pelo menos uma coisa ela estava certa: sua genética realmente era boa.

Um time de cientistas liderado pelo professor de genética da Universidade de Barcelona, Manel Esteller, começou a estudar o DNA e a microbiota (os microrganismos inofensivos e muitas vezes benéficos que habitam o corpo) da idosa antes mesmo dela morrer.

Alguns dos genes de Morera permitiram que suas células se comportassem como se fossem 17 anos mais nova. Isso quer dizer que as células pareciam ter 100 anos: não é exatamente jovem, mas é mais tranquilo que os 117 da super-idosa. A microbiota de Morera era impressionante: a composição era semelhante à de uma criança.

O estudo sobre a idosa ainda não está disponível para o público, mas alguns dos primeiros resultados já foram divulgados em uma matéria do jornal catalão Ara.

Super-centenária

De acordo com os pesquisadores que tiveram contato com a idosa, Morera continuou lúcida e com boa memória até muito perto do fim da sua vida. Nos últimos anos, ela sofria com dor nas juntas e perda de audição, mas não tinha muitos problemas além desses. Ela envelheceu muito bem, sem decorrências que seriam normais na casa dos 80, quanto mais na 12ª década de vida.

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Morera era uma super-centenária, definição das raras pessoas que passam da marca de 110 anos. Os pesquisadores fazem questão de dizer que a idosa fez várias escolhas de vida saudáveis, como seguir uma dieta mediterrânea e evitar álcool e cigarros.

Ela também gostava de caminhar, e estar sempre cercada de familiares e amigos ajudou Morera a evitar declínios físicos e mentais. Todos esses bons hábitos ajudaram a super-centenária a aproveitar sua genética e microbiota únicas para viver tanto.

A microbiota intestinal de Morera tinha uma composição parecida com a de uma criança, diversa e cheia de bifidobactérias – probióticos benéficos para a saúde humana. Esse grupo de microrganismos provavelmente teve uma importância grande para a longevidade da super-centenária. A comunidade científica ainda não tem certeza sobre qual o papel de uma microbiota saudável, mas há evidências de que ela pode atuar contra câncer, diabetes e obesidade.

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As células de Morera tinham uma idade biológica de 100 anos. Ela também tinha um metabolismo de lipídios extremamente eficiente, um traço que pode ter a ver com a longevidade prolongada e a ausência de demência.

Essas características extraordinárias provavelmente vinham de variáveis genéticas raras identificadas no sequenciamento do DNA da idosa. Os pesquisadores encontraram vários genes associados a controle de infecções, regulação autoimune e proteção das funções neurológicas.

Esforço conjunto

O que a pesquisa deixa claro é que não é nenhum fator individual ou gene específico que leva alguém aos 117 anos, mas sim uma combinação de predisposições biológicas, contexto de vida e escolhas pessoais. Passar dos 110 anos é um trabalho em grupo.

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Morera estava viva durante as duas guerras mundiais, a pandemia de gripe espanhola de 1918 e a pandemia de Covid-19, quando ela teve um caso assintomático da doença. Ela faleceu tranquila enquanto dormia.

Depois da morte de Morera, a pessoa mais velha do mundo é brasileira: Inah Canabarro Lucas é uma freira de 116 anos, torcedora dedicada do Internacional. Ela é um ano mais velha que o time.

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