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Esse tubarão pode viver até 400 anos – e sabemos disso graças à bomba atômica

Você e seu tataraneto poderiam conhecer o mesmo tubarão. Mas viver tanto dá fome, então cuidado: ele é capaz de comer praticamente qualquer bicho.

Por Ana Carolina Leonardi
18 ago 2016, 15h15 • Atualizado em 31 out 2016, 19h06
  • Se a puberdade já é ruim para os humanos, imagine o que é esperar mais de um século por ela. O tubarão da Groenlândia (Somniosus microcephalus) leva 156 anos para atingir a maturidade sexual. Mas isso não é nem metade do tempo de vida da espécie, que pode ultrapassar os 400 anos. Um novo estudo publicado na revista Science foi o primeiro a conseguir estabelecer a expectativa de vida do bicho – e ele hoje é considerado o vertebrado com a vida mais longa do planeta.

    Esse tubarão leva a vida “devagar e sempre”: ao contrário de seus colegas de espécie mais ágeis, ele nada a 1,5 km/h – não dá nem para pensar em fazer um filme de terror nessa velocidade. Por causa da lerdeza, o Somniosus microcephalus não pode ter frescura para se alimentar: come de tudo, de baleia e polvo até um mamífero terrestre que caia na água.

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    Os cientistas já tinham encontrado algumas pistas de que o tubarão da Groenlândia chegava a idades muito avançadas. Eles crescem (de novo) extremamente devagar – cerca de 1 cm por ano. Quando nascem, têm apenas 42 cm. Mas os próprios pesquisadores viam tubarões adultos de 5 metros. A conta não fecha, a menos que eles vivam um ciclo de quatro séculos. Como ter certeza?

    Primeiro, os cientistas tentaram analisar os “anéis de crescimento” – como aqueles que ajudam a datar árvores e que alguns animais também possuem, nos ossos – mas não encontraram nenhum. A solução improvável foi olhar para o passado nuclear da Groenlândia.

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    O oceano ao redor da Groenlândia foi palco de uma série de testes de bombas nucleares nos anos 60. O fluxo de neutrons térmicos produzido pelas bombas atômicas reagiam com átomos de nitogênio, formando um tipo artificial de carbono-14 em quantidades muito maiores que as normais, tanto na atmosfera quanto no mar. O carbono extra foi se alojar em partes do corpo em desenvolvimento na época – como a retina dessa espécie de tubarões.

    Os cientistas analisaram a concentração ocular de carbono-14 de uma série de carcaças do tubarão. Só encontraram uma quantidade anormal em três deles, o que indica que eles nasceram nos anos 60. Usando a técnica de datação por decaimento do carbono-14, eles conseguiram precisar que um deles nasceu em 1963.

    Conforme a suspeita dos cientistas, esses eram também os tubarões menores, com menos de 2 metros. Os demais bichos não tinham concentrações anormais de carbono 14 porque já estavam completamente formados durante os testes nucleares, o que indica que são ainda mais velhos.

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    Juntando os dados que tinham sobre idade, tamanho e carbono, os cientistas estimaram que o tubarão mais velho da amostra tinha 400 anos – e a expectativa de vida média deles ficaria perto dos 392 anos, com uma margem de erro de 150 anos para mais ou para menos.

    Com isso, o Somniosus microcephalus disparou no primeiro lugar de vertebrado mais velho do planeta. A antiga campeã, a vizinha baleia da Groenlândia (Balaena mysticetus), chega a “meros” 211 anos de vida, ficando para trás por mais de um século.

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