Um grupo de pesquisadores da Universidade de Lisboa encontrou um crânio humano de 400 mil anos no complexo arqueológico de Almonda, região central de Portugal. O fóssil é o mais antigo já descoberto no país, e representa um importante achado para se entender o surgimento da vida na região no Pleistoceno Médio.
O nome dado ao crânio, Aroeira 3, pode ser explicado por seu local de origem. Fruto de uma expedição na Gruta da Aroeira, o exemplar foi encontrado em 14 de julho de 2014, de acordo com o líder da expedição, João Zilhão, em entrevista ao jornal português Público. No mesmo local, explorado pelo grupo desde 1987, haviam sido achados dois dentes, batizados com os números 1 e 2.
Por conta de sedimentos de rocha estarem muito presos ao crânio, optou-se por mover o material ao Centro de Investigação sobre Evolução e Comportamento Humanos, centro de pesquisa paleontológica de Madrid. O fóssil lá permaneceu sendo preparado por dois anos.
Fósseis de neandertais com características morfológicas próximas, mas não exatamente idênticas ao Aroeira 3, foram encontrados em países como Espanha, França e Itália. Sua datação, apesar de imprecisa, sugere a diversidade da vida humana no período. Na Gruta da Aroeira, a equipe encontrou também materiais que potencialmente pertenciam a estes indivíduos, como machadinhas de pedra.
O estudo que detalha os resultados do grupo foi publicado na revistas científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). O fóssil integrará uma exposição da evolução humana do Museu Nacional de Arqueologia na capital Lisboa, a partir de outubro deste ano.
(Com informações do jornal Público)